BE exige solução do Governo para reabrir de madrugada urgências em Serpa

Segundo a distrital de Beja “bloquista”, o fecho das urgências do Hospital de São Paulo «é o mais recente episódio de encerramentos intermitentes deste serviço»

A distrital de Beja do Bloco de Esquerda (BE) exigiu hoje ao Governo «uma solução para regular o funcionamento» das urgências do hospital de Serpa, que passaram a encerrar durante a madrugada, desde segunda-feira.

Em comunicado, o BE exige, «de imediato», essa solução «no quadro do Serviço Nacional de Saúde» ao Ministério da Saúde, à Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

Segundo a distrital de Beja “bloquista”, o fecho das urgências do Hospital de São Paulo, em Serpa (Beja), durante a madrugada, das 00h00 às 08h00, «é o mais recente episódio de encerramentos intermitentes deste serviço».

«Não se trata de uma situação isolada e pontual, nem a mesma está confinada ao serviço de Urgência», e foi tomada «em prejuízo direto das populações dos concelhos de Serpa e Mértola e sobrecarregando a Urgência do Hospital de Beja, em plena pandemia», criticou.

Este hospital alentejano, gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), «tem vindo a reduzir o número de camas» na unidade de reabilitação, «uma tendência preocupante que pode estender-se à unidade de cuidados paliativos, a única resposta de internamento nesta tipologia no Baixo Alentejo», argumentou o BE.

As urgências do Hospital de São Paulo passaram a fechar por dificuldades em garantir médicos para assegurar as escalas, devido à pandemia de Covid-19, disse à agência Lusa o provedor da SCMS, António Sargento.

O provedor acrescentou não ser possível prever por quanto tempo as urgências irão permanecer fechadas durante a madrugada, mas frisou que a SCMS e o conselho de administração do hospital «farão todos os esforços para inverter o mais rápido possível a situação» e reabrir o serviço naquele período.

A SCMS, a administração do hospital e o Estado português, «que é parceiro», através do ministério da Saúde e da ULSBA, tentaram «encontrar uma solução para a escala médica» da madrugada, mas não conseguiram «porque não há médicos», referiu o provedor.

No comunicado de hoje, a distrital do Bloco de Esquerda considerou que «a falta de médicos e outros profissionais de saúde é um facto que se deve também às condições salariais e de trabalho, inferiores às praticadas no setor público da saúde».

O BE argumentou ainda que a entrega do Hospital de São Paulo à Misericórdia, a 1 de Janeiro de 2015, «foi uma decisão desastrosa do governo da troika e há muito devia ter sido revertida», devendo esta unidade regressar ao Serviço Nacional de Saúde.

O encerramento das urgências no período da madrugada tem sido alvo de críticas, nos últimos dias, da parte da Câmara e Assembleia Municipal de Serpa, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e do PCP.

 



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