O gestor Manuel Veiga e o encenador, curador e programador John Romão foram escolhidos, respetivamente, para diretores executivo e cultural da Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora 2027, segundo a decisão do júri dos concursos internacionais.
Os dois escolhidos constam nas respetivas notas justificativas do júri, a que a agência Lusa teve hoje acesso, estando prevista para sexta-feira uma reunião da assembleia-geral da associação da CEC Évora 2027 da qual deverá sair a nomeação dos selecionados.
Manuel Veiga é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e tem uma pós-graduação em Gestão Cultural nas Cidades, tendo exercido atividade profissional nas áreas da gestão e produção cultural.
Já John Romão, encenador, curador e programador cultural, é licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema e tem uma pós-graduação e mestrado em Estudos e Gestão da Cultura.
A tomada de posse dos novos diretores está prevista para terça-feira, em Évora.
Na nota justificativa da indicação de Manuel Veiga para diretor executivo, consultada pela Lusa, o júri considera que “é o candidato que reúne as qualificações e as competências necessárias para o exercício das funções”.
ntre outros argumentos, o júri realça que Manuel Veiga demonstrou estar alinhado com os objetivos estratégicos da iniciativa e ter um “conhecimento profundo do projeto”, valorizando a sua formação jurídica e “larga experiência de gestão cultural de elevado grau de responsabilidade”.
É assinalado ainda no documento a experiência adquirida em funções que exerceu no passado, nomeadamente como diretor municipal de Cultura de Lisboa e produtor no Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística.
Quanto à nota justificativa da seleção de John Romão para diretor artístico, o júri também conclui que “é o candidato que reúne as qualificações e as competências necessárias para o exercício das funções”.
O júri diz que John Romão revela ter um “conhecimento profundo do Alentejo”, notando que “apresentou uma visão clara e alinhada com o conceito de ‘Vagar’, eixo central da CEC Évora 2027, abordando temas como inclusão social, sustentabilidade cultural, mediação, educação e impacto artístico”.
“A sua proposta de diálogo entre tradição e contemporaneidade, aliada à valorização dos recursos locais, foi considerada plenamente adequada ao espírito do projeto”, assume, realçando, entre outras razões, que “as propostas que realizou com vista a potenciar o legado da iniciativa foram valorizadas pelo júri”.
É igualmente destacada a diversidade da formação e experiência acumulada em projetos nacionais e internacional de John Romão, dando como exemplo a BoCA – Biennial of Contemporary Arts, em Lisboa, de que é fundador, diretor executivo e artístico.
Estes novos diretores juntam-se à presidente Maria do Céu Ramos e aos diretores financeiro e de comunicação e alcance, respetivamente, António Costa da Silva e Bruno Fraga Braz, ficando completa a direção da Associação Évora 2027.
A CEC Évora 2027 vai poder aplicar na recuperação de património 25 milhões de euros, oriundos da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), anunciou, esta semana, a ministra da Cultura.
A dotação inicial era de 49 milhões de euros, composta por 15 milhões do Orçamento do Estado, 10 milhões de fundos europeus, 4 milhões do Turismo, 5 milhões para territórios envolventes e os restantes 15 milhões subscritos pelo município e parceiros.