É um dos «títulos mais repetidos da história da ópera» e vai estar amanhã, sexta-feira, 7 de Fevereiro, no Teatro das Figuras, em Faro. L’elisir d’amore (“O elixir de amor”), composto por Gaetano Donizetti, conta a história de Nemorino e Adina e é um espetáculo com a chancela do Teatro Nacional São Carlos que quer ser um sucesso em terras algarvias.
Esta foi uma produção estreada pelo São Carlos em 2022 e que agora está a percorrer o país. Faro é uma das paragens, algo visto com bons olhos pelo encenador Mário João Alves.
«Dadas as obras que decorrem no São Carlos, estamos a levar ópera a outros locais do país. No passado, já fiz algumas coisas no Teatro das Figuras e a minha expetativa é que, pela sala que é e pelo espetáculo que apresentaremos, seja um sucesso», disse ao Sul Informação.
Sendo uma das óperas mais amadas e conhecidas pelo grande público, o encenador admitiu que, nesta produção, há algumas mudanças, mesmo que ténues.
«Há sempre uma impressão digital pessoal. É uma produção, neste caso, com material que já existia no nosso espólio – houve uma reutilização para a cenografia e foi um desafio nesse sentido», acrescentou.
O espetáculo decorre, de resto, num cenário que diz muito ao Algarve, uma vez que se trata… de um laranjal. É nele que encontraremos Adina, uma das personagens principais, e que será interpretada pela soprano Rita Marques.
«Ela é uma personagem muito divertida, com um género de autoridade invertida. Foi um desafio muito grande por ser uma ópera cómica. É um autor que me diz muito também», considerou ao nosso jornal.
Adina será a personagem por quem o carteiro Nemorino, interpretado pelo tenor Valentino Blasina, se perde de amores.
Julgando-a inalcançável (até porque é também cobiçada pelo sargento Belcore, interpretado pelo barítono Tiago Matos), recorre aos serviços do charlatão Dulcamara (o barítono Diogo Oliveira), inventor de um elixir miraculoso (rico em álcool) que permite conquistar os corações.
Para Rita Marques, esta política de descentralização do São Carlos é «muito interessante».
«Não se gosta daquilo que não se conhece. Por isso, levar a ópera a sítios onde ela não vai tanto só pode ser positivo», acrescentou.
Os bilhetes custam 30 euros e podem ser comprados aqui.
A ópera da ária «Una furtiva lagrima»
Uma inspiração melódica prodigiosa e um enorme vigor dramático fizeram de L’elisir d’amore (O Elixir de Amor) uma das mais amadas óperas de sempre.Profundamente romântica no gesto de elevar um grupo de pobres camponeses a personagem quase principal, a obra maneja com grande eficácia figuras e situações da opera buffa do século XVIII.
Personagem fulcral é o camponês Nemorino – o mais popular trecho da partitura é mesmo a sua ária «Una furtiva lagrima» – que, apaixonado por Adina e julgando-a inalcançável (até porque é também cobiçada pelo sargento Belcore), recorre aos serviços do charlatão Dulcamara, inventor de um elixir miraculoso (rico em álcool) que permite conquistar os corações.
Os principais papéis desta ópera têm sido desempenhados por algumas das mais importantes vozes portuguesas ao longo dos anos.
Adina é Rita Marques, que se estreou no papel, no Teatro Nacional de São Carlos, no final de 2022.
7 de fevereiro | 21h00
Teatro das Figuras| Ópera
Gaetano Donizetti
Libreto: Felice Romani
Direção Musical: Bruno Borralhinho
Encenação e Cenografia: Mário João Alves
Figurinos: Sandra Catarino
Desenho de luz: José Diogo
Adina: Rita Marques
Nemorino: Valentino Blassina
Belcore: Tiago Matos
Dulcamara: Diogo Oliveira
Giannetta: Joana Seara
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Maestro titular: Giampaolo Vessella
Orquestra Sinfónica Portuguesa