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As reservas de água nas seis barragens do Algarve subiram dos 34% para 45% da sua capacidade total, com a chuva dos últimos dias, e é expectável que o nível da água nestas albufeiras suba ainda mais «com a continuidade de escorrência das ribeiras», revelou hoje, quinta-feira, dia 23, a Agência Portuguesa do Ambiente.

Segundo o último Boletim Semanal de Albufeiras do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos, de 20 de Janeiro – e que não refletia ainda o efeito da chuva trazida pela depressão Garoe -, a água armazenada nas seis albufeiras somava cerca de 150 hm3.

Com a chuva dos últimos dias, esse volume aumentou em 52 hm3, revelou a APA.

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«A recuperação foi mais expressiva no Sotavento Algarvio, com uma subida de 42 hm3, elevando as reservas das 2 barragens para 67%. O cenário não é tão favorável no Barlavento, onde se registou um aumento de 10 hm3, com as reservas atuais com apenas 31% da capacidade de armazenamento, mantendo-se as bacias hidrográficas da Bravura e Arade em seca hidrológica extrema. Apenas o Sotavento passou para seca hidrológica fraca», acrescentou a mesma entidade.

Ou seja, «não obstante a recuperação observada, a situação de seca hidrológica da região do Algarve ainda persiste, nomeadamente no Barlavento. Os volumes atuais ainda não permitem assegurar a interanualidade das reservas da região, registando-se uma grande assimetria entre o Barlavento e Sotavento».

Face a igual período de 2024, «registam-se mais 62 hm3». Em Janeiro de 2024, lembrou, «o Algarve vivia a situação mais preocupante de sempre em termos de seca, impondo a declaração de situação de alerta e a adoção de um conjunto de medidas de restrição ao consumo. A recuperação ocorreu em Março 2024 tendo atingido cerca de 45% da sua capacidade total».

Perante o cenário atual, a APA avança já «a possibilidade de revisão das condicionantes em vigor na região, mas sem deixar de se continuar a acompanhar diariamente a situação hidrológica e os consumos realizados pelos diferentes setores, por forma a assegurar em cada momento o armazenamento do volume necessário para um ano de abastecimento público nas diferentes origens naturais utilizadas».

«Relativamente aos níveis de água subterrânea, e em particular o setor ocidental do aquífero Querença-Silves, que consiste numa massa de água com um papel bastante relevante para o abastecimento público e rega agrícola, os dados indicam que a precipitação ocorrida no final do ano de 2024 juntamente com a redução da extração, permitiram a estabilização dos níveis de água subterrânea neste sector do aquífero. No entanto, os registos piezométricos de Dezembro, estando ainda a ser apurados os do corrente mês, continuam bastante críticos neste setor, o que é evidenciado pelo facto de que alguns dos pontos de monitorização apresentam o valor mínimo histórico registado», disse ainda.

As águas subterrâneas «têm períodos de recuperação mais longos, em que a resposta aos episódios de precipitação varia de acordo com a geomorfologia, podendo demorar de um a vários meses».

A nível nacional o volume total armazenado mantém-se em cerca de 72%.

 

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