O Algarve manteve-se como o líder das dormidas de turistas a nível nacional, embora tenha registado um crescimento moderado de 1%. O RevPAR (a receita por quarto) disponível da região, porém, foi o mais elevado do país, tendo-se fixado nos 135 euros, bem acima dos 102 euros da média nacional.
Ou seja, a ocupação hoteleira continuou a subir na região algarvia, durante o Verão, ainda que de forma menos acentuada. No entanto, o Algarve viu crescerem as suas receitas de forma significativa e muito acima do resto do país.
Os dados são da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que divulgou os resultados do 3.º Trimestre deste ano, destacando o desempenho positivo do setor hoteleiro nacional, sem surpresas na época alta.
Segundo a AHP, os «resultados confirmam a trajetória de crescimento nos meses de Verão, apesar dos sinais de abrandamento sentidos desde o início do ano».
Assim, durante o período de Verão, os empreendimentos turísticos de todo o país registaram 10,2 milhões de hóspedes (+4%), acompanhados de 28 milhões de dormidas (+3%) e 2,5 mil milhões de euros em proveitos totais (+9%).
«Apesar do crescimento relativo face a 2023, naturalmente e como se previa, já não se registam crescimentos homólogos a 2 dígitos, como no ano precedente», acrescenta a AHP.
O preço médio por quarto ocupado (ARR) fixou-se em 145 euros (+6%), enquanto o rendimento por quarto disponível (RevPAR) aumentou para 102 euros (+6%). A taxa de ocupação manteve-se estável nos 70%.
Analisando os dados por região, em comparação com o período homólogo anterior, os Açores registaram o maior crescimento percentual em hóspedes (+8%) e dormidas (+8%), com a taxa de ocupação a subir para 76% (+2 p.p.), o maior aumento nacional.
A Madeira, por seu lado, registou a maior taxa de ocupação do país, com 84%, apesar de uma ligeira descida de -1 p.p., face a igual período de 2023. Liderou no crescimento do ARR, com um aumento de +15%, atingindo 127€.
O Norte assinalou um crescimento de 9% e de 4% de não-residentes, nos hóspedes e nas dormidas, respetivamente. Houve também um forte aumento do mercado norte-americano, com os EUA a representarem 12% da quota de hóspedes não-residentes (+19%).
O Centro registou um crescimento de 5% nas dormidas de residentes, liderando neste indicador. O ARR fixou-se nos 91€, o mais baixo do país, embora se tenha verificado uma subida homóloga de 4%.
Na Grande Lisboa, a taxa de ocupação foi de 79%, a 2ª mais elevada do país. O ARR atingiu 166€, o valor mais alto nacional, refletindo um aumento de +5%.

No Alentejo, houve um crescimento de 4% nas dormidas de residentes e de 12% nas receitas totais.
O Algarve, como já referido, continuou a ser a região líder nas dormidas, tendo registado o mais alto RevPAR do país, com 135€.
Ainda de acordo com os dados sobre o 3º trimestre de 2024 anunciados pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em termos de mercados emissores, em termos percentuais, a América do Norte manteve o forte crescimento, com os EUA a subir +9% de hóspedes e +10% nas dormidas, e o Canadá a registar +12% de hóspedes e +13% nas dormidas.
A Polónia destacou-se como o mercado de maior crescimento relativo (+21% nos hóspedes e +18% nas dormidas), especialmente em regiões como a Madeira e Grande Lisboa.
Apesar do mercado francês continuar a ser um dos principais emissores de turistas e receitas para Portugal, atualmente o 5º e 2º mercado, respetivamente, neste 3.º Trimestre houve uma redução de -3% em hóspedes e dormidas, confirmando a tendência decrescente desde o início do ano.
No entanto, «de acordo com a análise da AHP Research, e apesar da diminuição em volume, o mercado francês destacou-se pelo elevado poder de compra, gerando receitas médias de 915€ por dormida – a mais alta entre todos os mercados emissores».
As regiões da Grande Lisboa, Norte e Algarve continuam a captar a maioria dos turistas franceses, com destaque para o Norte que recebeu 162,5 mil hóspedes;
Foi também no Algarve e na Grande Lisboa que o mercado francês registou maiores quedas: -8% nos hóspedes e dormidas no Algarve e -6% nos hóspedes e dormidas na Grande Lisboa.
As regiões Centro e Madeira contrariaram esta tendência de contração, recebendo +6% e +4% de hóspedes franceses, respetivamente.
De acordo com o Banco de Portugal, as receitas provenientes do turismo estrangeiro atingiram 10,6 mil milhões de euros no 3.º trimestre (+8%), representando 24% das entradas de capital na economia portuguesa.
O Reino Unido liderou entre os mercados emissores, gerando 1,6 mil milhões de euros, seguido de França (1,5 mil milhões) e Espanha (1,2 mil milhões).
Quanto ao transporte aéreo, os aeroportos portugueses movimentaram 21 milhões de passageiros (+1%), destacando-se Lisboa (9,9 milhões), Porto (4,7 milhões) e Faro (3,6 milhões).
O tráfego internacional representou 82% do total do tráfego aéreo, com aumentos significativos em destinos como os Açores, que registaram o maior aumento percentual (+15%).
Os dados anunciados pela AHP têm como fontes o INE – Instituto Nacional de Estatística, BdP – Banco de Portugal, TP – Turismo de Portugal, ANA Aeroportos, AHP Research.