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teatro das figuras

No agrupamento escolar de Serpa, com alunos de mais de 15 nacionalidades, há quem se sente ‘perdido’ no português e há outros já adaptados e até com ligeiro sotaque alentejano, mas a tecnologia é ‘amiga’ de todos.

Com grande desembaraço e descontração, o aluno moldavo Maxim Dornea já trata a língua portuguesa por ‘tu’, após seis anos a viver em Portugal e, curiosamente, quando fala, é percetível um bocadinho de sotaque alentejano.

“Agora estou cá em Serpa, mas sou do Algarve”, conta o jovem à agência Lusa, com outro aluno moldavo à sua beira, o seu amigo Sergiu Sondu, que, pelo contrário, não fala “uma única palavra de português” e chegou ao país há apenas dois meses.

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Para facilitar a integração do recém-chegado, Maxim assume que é o seu “tradutor” e ajuda-o “nos trabalhos, nas aulas e nessas coisas, mesmo em casa, escrevendo-lhe umas palavras no caderno para ele aprender”.

No seu caso, recorda que “foi um bocado difícil aprender” a língua, mas conseguiu: “Desenrasquei-me, fui saindo com a malta, os professores ajudavam-me”, conta, relatando que, além do moldavo e português, também fala russo, romeno e espanhol.

A escutar a conversa, mas sem nada compreender, Sergiu, com ajuda da tradução do colega, até porque também não fala inglês, partilha que até está a gostar de Serpa, “é fixe”.

A professora de matemática de ambos, Maria José Madeira, confirma que “um fala muito bem português e vai ajudando o outro, que acabou de chegar e não diz uma única palavra” neste idioma.

“O outro vai traduzindo, o que para mim é uma ajuda muito boa”, confessa, realçando ter chegado à conclusão de que, independentemente da barreira da língua, Sergiu tem dotes pelo menos para matemática.

“Faz cálculos mentais mais depressa do que colegas que usam as calculadoras”, conta.

A docente, tal como outras colegas e também vários alunos estrangeiros, já recorreu ao telemóvel e ao tradutor automático para comunicar com os estudantes de outras nacionalidades e, assim, conseguir ensinar, ‘trocando as voltas’ às dificuldades.

“O ano passado recorri muitas vezes ao tradutor do telemóvel ou, outras vezes, era ele que tirava a fotografia e fazia a tradução”, diz.

Com tudo isto, não é possível “estar a dar atenção aos alunos portugueses e dar atenção aos alunos estrangeiros, é muito complicado. E, depois, ver o aluno olhar para nós como se estivesse noutra dimensão que não a nossa, então, ainda é mais aflitivo”, relata.

Já o paquistanês Muhammad Talha Mumtaz, de 15 anos, e o indiano Gagan Preet Singh, de 12, falam inglês e já aprenderam a dizer algumas palavras em português.

“Olá, bom dia, boa tarde, boa noite, parabéns, tudo bem e mais algumas”, enumera o estudante paquistanês, que já vive em Portugal há um ano e meio, e diz ter aprendido “com os amigos” alguns dos quais “falam um bom português”, com “o ambiente, as aulas e os professores”.

O indiano Gagan também sabe dizer as mesmas palavras e, questionado pela Lusa, responde rapidamente que quer aprender a falar melhor português, até porque é aqui que quer viver.

“Não vou para outro país. Gosto de viver aqui, da cultura e dos meus amigos”, diz.

Lea Baião, outra aluna da Escola Secundária de Serpa, tem apelido português, país de onde o pai é natural, mas tem também nacionalidade austríaca e a adaptação não foi fácil, embora hoje esteja perfeitamente adaptada.

“É fixe, tenho amigos, o meu pai é conhecido, eu também sou conhecida e é bonito”, afirma.

A aprendizagem do português foi “bem difícil”, conseguida “com esforço” e, igualmente no seu caso, com recurso às novas tecnologias e ao tradutor automático, através do seu computador, no qual recorrias “ao tradutor do Google”.

Agora, quando vê estrangeiros na escola acabados de chegar ou que não sabem falar português, aproxima-se para ajudar. Afinal, também Lea conhece esses primeiros tempos e sabe “como era estar sozinha”.

 

 

 



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