Uma radionovela que também é concerto teatral e conta a história de vida de Amália Rodrigues: assim é “O Fabuloso Destino de Amália”, que se estreia no Auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa, nos dias 26 e 27 de Setembro, e conta em palco com dois algarvios, que esperam poder trazer o projeto à região.
«Toda a abordagem da peça tem a ver com o multiculturalismo que existe na própria Amália Rodrigues. Quem conhece bem o trabalho dela, sabe que não só deu o nome do fado e de Portugal a conhecer ao mundo inteiro, como fez um trabalho excelente ao nível da inovação, com coisas completamente arrojadas e impensáveis», começa por contar ao Sul Informação o algarvio Carlos Norton, responsável por encenar o texto do jornalista e crítico de música António Pires.
Em palco, acontecem três narrativas em simultâneo: A história do Fado e dos seus protagonistas, narrada por um locutor de rádio; a radionovela da história d’O Fabuloso Destino de Amália, lida em palco por Adelmo, Carla Pires, Carla Pontes, Luanda Cozetti, Luís Pucarinho, narrada por Raquel Bulha e sonorizada ao vivo por Carlos Norton, e ainda 11 momentos musicais ao vivo, dos sucessos da artista, e dos outros géneros musicais, que cada uma das personagens representa.
«Ainda hoje, há poucos músicos que arrisquem cruzar sonoridades e a Amália Rodrigues fez isso desde sempre, cruzando instrumentos que nunca eram utilizados e quase proibidos de usar no fado. Todas essas aventuras são postas nesta peça e representadas dessa forma, com cinco personagens, que são os amigos da Amália, e representam essa multiculturalidade: uma algarvia, um alentejano, uma brasileira e um cabo-verdiano», revela Carlos Norton.

A algarvia Carla Pontes é quem dá corpo e voz à personagem de Maria (nome inspirado no Fado “Ai Maria”). Em entrevista ao Sul Informação, a cantora desvenda que a peça «vai ser uma mistura do que acontecia na rádio, com uma componente muito visual».
A narrativa desenrola-se no dia 1 de Julho de 1933, data em que Amália celebra o seu 13º aniversário. Num pátio de Lisboa, os amigos reúnem-se para esta comemoração. À medida que os presentes são entregues, os amigos partilham histórias com muito humor, centradas na vida “presente” e “futura” da fadista.
Apesar de, para já, o projeto se apresentar apenas em Lisboa, Carlos Norton diz que o objetivo é «rodar e dar a conhecer a peça a toda a gente no país», havendo particular interesse em trazê-la ao Algarve.
Nos dias 26 e 27 de Setembro, as sessões são de entrada livre, mas é necessária reserva através do e-mail [email protected] .
O projeto é financiado pelo programa BIP/ZIP da Câmara Municipal de Lisboa e conta com os parceiros institucionais Fundação Amália, Junta de Freguesia do Lumiar, Embaixada de Cabo Verde e a parceria de media da Antena 1.