Um novo espaço, que inclui um berçário de pintainhos, uma área maior e um cartaz musical forte são os ingredientes de Feira da Serra de São Brás de Alportel de 2024, onde o azeite será não só tempero, mas também inspiração, revelou a Câmara são-brasense, na sessão de apresentação deste evento, que começa amanhã, quinta-feira, dia 25, e dura até domingo, dia 28.
Ao longo de quatro dias, os visitantes podem contar com as atrações habituais desta feira, nomeadamente a variada oferta gastronómica, o artesanato, os produtos locais e a animação musical, que vai muito além dos nomes sonantes do Palco Principal e inclui bandas locais e regionais, bem como bailes serranos.
Ainda assim, a Câmara de São Brás de Alportel anunciou algumas novidades, na apresentação da iniciativa que teve lugar na quinta-feira, no lagar da Pecoliva, neste concelho.
«Este é um evento no qual nós continuamos a fazer uma aposta significativa, porque queremos surpreender aqueles que nos visitam. Desta forma, envolvemos sempre os nossos parceiros para criar novos espaços, novas dinâmicas», revelou aos jornalistas Vítor Guerreiro, presidente da autarquia.
«Este ano, a Feira da Serra vai ter espaços mais amplos. Aumentámos a área, vamos ter mais oferta gastronómica e, acima de tudo, continuamos a ser um evento acessível para pessoas com mobilidade reduzida, um evento que tem a possibilidade de proporcionar experiências novas aos mais jovens, aos idosos», acrescentou.
O edil sãobrasense salientou que a Feira da Serra é construída «para a família, para que todos possam usufruir de uma noite maravilhosa em São Brás de Alportel, com muita animação, muita cultura, nos três palcos e um pouco por todo o recinto. Em simultâneo, os visitantes podem adquirir produtos únicos, desde a doçaria ao artesanato, que são, de facto, produtos de grande qualidade. Quem vai à Feira da Serra encontra sempre algo diferente para comprar».
Outra novidade, revelada por Marlene Guerreiro, vice-presidente da Câmara e a principal responsável pela organização do certame, é o renovado Sítio dos Animais, onde será instalada «uma grande capoeira da feira, que inclui até um berçário de pintainhos, onde as crianças e as famílias podem participar».
«Todos os dias, às 20 horas, é hora de ir ver se a galinha pôs o ovo e as crianças podem ir lá. Como é rotina em qualquer casa na Serra e no Barrocal Algarvio, vai-se ver se a galinha pôs o ovo».
Além desta grande capoeira, «onde vão nascer alguns pintainhos, temos também um curral, uma cabana, tudo aquilo que faz parte da quinta. Temos também os bichos do mato, ou seja, aqueles animais que não são da quinta, mas que também podem ser lá encontrados e fazem parte do cenário aqui das tradições da Serra do Caldeirão».
O alargamento da área de feira permitirá, desde logo, aumentar o espaço dedicado à street food. «Esta zona foi criada em 2018, quando a feira pulou a cerca, como nós gostamos de dizer, quando ela alargou o seu perímetro. Esse espaço também foi renovado e ampliado, até porque notámos uma tendência cada vez maior das pessoas gostarem de uma refeição mais rápida, mais simples, com menos filas, com menos tempo, para depois poder aproveitar os vários setores da feira», explicou Marlene Guerreiro, que salientou que a oferta de alimentação na chamada Street Area «duplicou».
«Também abrimos dois novos espaços: o Skate Parque, que agora fica integrado com atividades para crianças, e o campo de basquetebol, que fica aberto com atividades de basquetebol. Haverá um palco jovem ali a dinamizar nessa zona».
A Câmara de São Brás também decidiu alterar «o próprio desenho da praça do município, por uma questão também de segurança e de maior dinâmica».
«No ano passado, houve uma grande enchente e sentimos que, a partir de uma determinada hora, as pessoas não circulavam com aquela segurança e tranquilidade de que nós gostamos. Nós queremos uma feira para toda a família, isso para nós é importante. Reorganizámos o espaço para dar mais condições, para que as pessoas possam estar com mais comodidade. No fundo, criámos uma praça do município mais desafogada», enquadrou a vice-presidente da Câmara de São Brás de Alportel.
No campo da arte, a inovação é a presença de uma artista que criará obras ao vivo, com recurso a uma motosserra.
«Temos também uma decoração renovada e inspirada no azeite. Não podemos dizer muito, mas posso adiantar que vamos ter muitas azeitonas prontas a ir para o lagar. É só ir lá e apanhar», revelou.
Também haverá um poço mágico, que vai ficar na praça do município. «E porquê um poço? Porque faz parte do cenário do barrocal. No meio das oliveiras, há sempre um poço que se encontra, há sempre umas cabrinhas, umas ovelhas, que também são capazes de se encontrar por ali. (…) Esse poço é mágico no sentido em que nos vai permitir ajudar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel», instituição que irá ficar com o valor recolhido.
«O Mar da Serra, que nasceu há duas edições, correu muito bem. Foi algo completamente diferente, é um espaço onde podemos fazer uma alusão aqui à nossa paisagem, nós somos uma serra com vista para o mar e, por isso, temos um espaço de bar com o mar ao fundo. Este ano, vamos também recriar a serra nessa zona e permitir turisticamente uma promoção das aldeias aqui do nosso concelho», acrescentou.
No Palco Sabores, haverá «muitas apresentações, muitas demonstrações», onde se prepararão pratos «muito temperados com azeite».
«Temos uma participação muito ativa da nossa Confraria Gastronómica da Serra do Caldeirão e a colaboração com produtores locais», conclui Marlene Guerreiro.
Na conferência de imprensa, foi igualmente salientado o programa de voluntariado para a Feira da Serra, destinado aos munícipes mais novos.
«Este ano, temos cerca de 120 jovens a participar, que fazem desde a decoração à divulgação por todo o Algarve. Eles envolvem-se com grande entrega, porque têm orgulho em fazer parte deste grande evento», ilustrou Vítor Guerreiro.
Um desse jovens é João Chaveca, de 15 anos, que esteve na sessão de apresentação e revelou que estava há cerca de uma semana «a ajudar na parte da decoração» e que se mostrou feliz «por dar a conhecer a outras pessoas a festa da terra».
Mas não são apenas estes jovens que trabalham de forma graciosa. «São 2700 as pessoas que fazem esta feira acontecer», revelou Marlene Guerreiro.
«Para nós, a alma da Feira da Serra é o voluntariado, é ela ser a festa dos sãobrasenses, assumida por todas as gerações. Isto para nós é fundamental. Nós poderíamos comprar, chave na mão, um conjunto de serviços. Há empresas que fazem tudo isso. Mas nós gostamos muito mais que nasça das mãos e da criatividade [dos munícipes]», ilustrou.
Quanto a artistas, além dos cabeças de cartaz – David Carreira (dia 25), Diogo Piçarra (26), Anjos (27) e Bárbara Almeida (28) -, estarão muitos artistas locais.
No total, haverá «56 atuações, em 37 das quais estarão envolvidos grupos da terra. Ao todo, vão passar pelo palco 540 artistas».
