Novo projeto propõe estratégia de revitalização do ativo agroflorestal do Alentejo

Projeto é liderado pelo MED-Universidade de Évora e firma nove parcerias estratégicas

Travar o declínio do montado, um sistema agroflorestal único e internacionalmente reconhecido, e revitalizar a paisagem e as zonas rurais no Sul de Portugal são pontos fulcrais para criar resiliência e adaptação do Alentejo às alterações climáticas.

A estratégia do projeto Montados Net-Zero propõe inovar, gerar modelos de negócios mais atrativos para os empreendedores rurais, jovens e mulheres, sustentados em práticas produtivas e de gestão regenerativas e inovadoras com foco na saúde do solo, valorizando a sua função de sequestro e armazenamento de carbono.

O projeto é liderado pelo MED-Universidade de Évora e firma nove parcerias estratégicas entre este instituto de investigação, vocacionado para o estudo dos ecossistemas e sistemas alimentares no contexto mediterrânico, e diversas entidades ligadas ao Montado.

Estão envolvidas três PME agroflorestais em diferentes regiões (Nuts3) do Alentejo onde vão ser instaladas parcelas de experimentação no montado e testados os modelos de negócio desenhados: a Herdade de Coelheiros (Arraiolos), Ovicharol – Sociedade Agropecuária do Monte do Tojal (Évora) e Sociedade Vargas Madeira (Mértola).

Participa ainda o Centro de Competências do Pastoreio Extensivo, representado no projeto pela ADPM – Associação de Defesa do Património de Mértola, bem como a AFLOSOR – Associação de produtores agroflorestais de Ponte de Sôr.

No que diz respeito a unidades de I&D, o projeto integra a FCUL-CE3C e a FCT-NOVA CENSE, e, ainda, uma PME tecnológica, a Impact Wave, que irá centrar a sua participação no processo de digitalização do montado e no apoio tecnológico para a sistematização de dados de gestão para análise do carbono no solo e dos modelos de gestão.

 

 

«Recuperar o equilíbrio entre a conservação da natureza, os serviços ambientais prestados à sociedade pelo Montado e o desenvolvimento económico, através do fornecimento de recursos e produtos de alto valor acrescentado, torna-se essencial quando uma das paisagens mais emblemáticas do Mediterrâneo é também uma das mais ameaçadas do mundo», explicam os promotores do projeto.

Essa missão está na origem da criação do Laboratório Vivo do Montado, constituído formalmente no início de 2024.

Este Laboratório Vivo é um projeto do CHANGE – Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade e é vocacionado para a gestão sustentável do Montado e para a regeneração deste sistema agro-silvo-pastoril (Montado Living Lab).

Já reconhecido como um dos membros da European Network of Living Labs, o Laboratório Vivo do Montado reúne 40 entidades parceiras e integra, além das unidades de investigação que compõem o Laboratório Associado (CE3C, CENSE e MED), associações de produtores, de desenvolvimento local, entidades da administração pública, empresas ligadas ao sistema Montado, bem como, proprietários ou gestores destas áreas.

Esta iniciativa pretende ser «uma plataforma de agregação de todos estes agentes numa lógica de colaboração territorial e, complementarmente, um espaço de partilha de conhecimento, de validação e de demonstração de boas práticas agrosilvopecuárias».

Através de projetos como o Montados Net-Zero, o Montado Living Lab irá gerar conhecimento como complemento a diversas atividades de investigação em curso, sustentado na proposta de novos modelos de desenvolvimento e de soluções para políticas públicas mais ajustadas à regeneração do solo no contexto da região do Alentejo.

Este consórcio procura também aliar a tecnologia à inovação com o objetivo de preservação dos valores naturais do Montado, abrir novos caminhos sustentados numa estratégia a longo-prazo para a disseminação de uma agricultura de futuro: multifuncional e neutra em carbono.

Conheça e acompanhe as atividades do Montados Net-Zero em: AKIS Portugal, Facebook, Instagram.

 

 

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