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A Assembleia da República acaba de aprovar, na generalidade, o projeto de lei do PS que “elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”. Esta medida irá acabar com as portagens na Via do Infante/A22 e nas outras ex-Scut.

A proposta socialista foi aprovada com os votos a favor do PS, Bloco de Esquerda, PCP, Livre, Chega e PAN. PSD e CDS votaram contra, enquanto a Iniciativa Liberal se absteve.

Esta tarde, tentando travar esta aprovação que parecia garantida depois de André Ventura, do Chega, ter anunciado o apoio do seu partido à proposta dos socialistas, o líder parlamentar do PSD desafiou os partidos a baixar à especialidade, sem votação, as propostas sobre as portagens que estavam em debate, pedindo ao PS que “calce os sapatos da responsabilidade” num “apelo sério ao diálogo”.

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Na reta final do debate, Hugo Soares fez um último desafio que considerou ser a “prova dos nove para saber se há um bloqueio ou uma oposição que quer construir soluções para todos”.

Na resposta, o deputado socialista Nuno Fazenda justificou a proposta de abolição das portagens, dizendo que “a política faz-se de honrar compromissos no Governo e Parlamento e o PS está a cumprir o compromisso com a população do interior”.

Quanto ao desafio de Hugo Soares, para adiar a votação e levar o tema à discussão na especialidade, Nuno Fazenda afirmou: “Eles não querem, mas nós propomos e vamos aprovar. Bloqueio à governação? O único bloqueio que existe é o bloqueio da direita ao interior”.

Numa tarde de debate aceso, Pedro Pinto, deputado do Chega eleito pelo Algarve, interpelou o deputado Cristóvão Norte, do PSD (que é também do Algarve), “como é que vai explicar aos algarvios que vota contra” a abolição da portagens.

O parlamentar social-democrata algarvio, que apresentou o projeto de resolução do PSD propondo uma “redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, salientou, por seu lado, que “o PS, pai fundador da introdução de portagens nas ex-SCUT em 2010, vem navegando com ambiguidade entre a abolição e a redução”.

“O que surpreende não é o que apresentam, mas o que não fizeram em oito longos anos de governação”, disse Cristóvão Norte.

O deputado do PSD sublinhou igualmente a “estranha aritmética” que vigorou durante a governação à esquerda, em que a “abolição do BE, mais a do PCP, mais a redução de 50% do PS degenerou, ao fim de uma legislatura com maioria de esquerda, numa redução de 15%, mesmo que o valor absoluto de redução de um Governo anterior”.

Por seu lado, Jorge Botelho, deputado socialista também eleito pelo Algarve, justificou a mudança de posição do PS, dizendo que este é um “novo tempo, um novo mandato”.

“O programa [do PS] foi sufragado e a proposta de isentar as portagens está lá”, acrescentou.

Jorge Botelho considerou ainda que os 157 milhões de euros de impacto da abolição das portagens nas receitas é “suportável” no Orçamento de 2025, o primeiro que será apresentado pelo novo Governo da AD.

A proposta do PS agora aprovada pela Assembleia da República pretende acabar com as portagens na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 -Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 – Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

A isenção de pagamento de portagens só deverá entrar em vigor no próximo ano, após a aprovação do novo Orçamento de Estado.

 

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