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A exposição a nanoplásticos «desencadeia respostas adversas nas células da pele de peixes e de seres humanos», revelou um estudo liderado por investigadores do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) e da Universidade do Algarve (UAlg), recentemente publicado na revista Science of The Total Environment.

À luz desta descoberta, feita no âmbito do projeto internacional com Macau e China Plastifish, os cientistas enfatizam «a necessidade de implementar medidas para controlar os níveis de plásticos no ambiente», segundo o CCMAR.

O Plastifish estudou os efeitos da absorção de nanoplásticos por células da pele de peixes-zebra e de seres humanos. Os resultados obtidos representam «um importante avanço na compreensão dos impactos dos nanoplásticos na saúde da pele.

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As nanopartículas de plástico, não visíveis a olho nu por serem centenas de vezes mais pequenas que um milímetro, «encontram-se atualmente em todos os ecossistemas do mundo», devido ao aumento continuado da produção deste produto.

E se, por um lado, «os efeitos nocivos do plástico para o meio ambiente são já bem conhecidos», ainda «sabemos pouco sobre os seus efeitos a nível dos organismos e da saúde humana».

É aqui que entram as nanopartículas de plástico, que, devido à sua minúscula dimensão, são absorvidas pelos organismos vivos nos alimentos e na água que ingerem, através do ar que respiram e até através do contacto com a pele.

«Devido à crescente presença de nanoplásticos no ambiente, e ao contacto continuado que os animais marinhos e terrestres têm com os mesmos, é urgente compreender como os nanoplásticos interagem com a pele, a qual constitui um dos primeiros pontos de contacto com os plásticos».

Neste estudo, os investigadores desenvolveram uma abordagem inovadora in vitro para estudar os efeitos da absorção de nanoplásticos nas principais células que compõe a derme, designadas por fibroblastos.

Maoxiao Peng, investigador do CCMAR e da UAlg, explica que «esta nova abordagem permite a utilização de linhas celulares da pele em ambiente laboratorial para recolher informação consistente e robusta sobre os efeitos dos nanoplásticos, o que a torna mais ética e mais rápida porque evita a utilização de animais para o mesmo efeito».

Com esta nova abordagem, a equipa de investigação revelou que os nanoplásticos desencadeiam diferentes respostas fisiológicas nos vários tipos de células de fibroblastos que foram estudados, acumulando-se de forma consistente em redor do núcleo e das membranas das células.

Segundo Rute Félix, investigadora do CCMAR e UAlg, «conseguimos verificar que os efeitos negativos nas células da pele variam conforme as características dos nanoplásticos, tais como o seu tamanho e a concentração. Estes resultados sugerem que os nanoplásticos podem comprometer a saúde da pele»

Deborah Power, investigadora do CCMAR e Professora da UAlg, realça que «este estudo abre caminho para uma melhor avaliação dos riscos e efeitos dos nanoplásticos a nível biológico e ecossistémico, e salienta a necessidade urgente de implementarmos medidas para reduzir a presença de plásticos no ambiente que nos rodeia, dado o seu potencial para afetar a saúde humana e o biossistema em geral».

 

 



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