Performance artística em Odemira vai “construir atlas” do concelho

Este domingo

Uma performance artística criada por Ana Borralho e João Galante vai juntar, no domingo, cerca de uma centena de pessoas em palco na vila alentejana de Odemira, para «construir um atlas da organização social humana» deste concelho.

Intitulada “”, a performance vai ser apresentada, a partir das 18h00, no Cerro do Peguinho, em Odemira, no distrito de Beja, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, e pretende ser “um espelho do local em que estão inseridas as pessoas”, disse João Galante à agência Lusa.

“É um espelho daquilo que as pessoas pensam, dos seus desejos e daquilo que são. No fundo, é um trabalho de empatia, de construção de sociedade e de comunidade baseado na empatia, no olhar o outro como um ser igual», acrescentou.

Em comunicado, a cooperativa Lavrar o Mar, com sede em Aljezur, no distrito de Faro, que produz o espetáculo, explicou que em “ATLAS Odemira” os autores «pretendem construir um atlas da organização social humana, uma representação dos seres humanos através da sua função na sociedade em que se inserem, desta vez, de Odemira».

«Queremos também passar a ideia de que juntos podemos fazer a diferença, que se pode ser diferente juntos, de uma forma não violenta», e «construir uma sociedade sem criar fossos, por vezes irreversíveis, entre as pessoas», reforçou João Galante.

A par disso, «além de uma obra de arte, ‘ATLAS Odemira’ é simultaneamente um encontro com a comunidade que existe aqui [em Odemira] e que são os pares das pessoas que estarão a ver».

Nesse âmbito, a performance tem a particularidade de contar com a participação de quase uma centena de pessoas residentes neste concelho do litoral alentejano.

«Participam portugueses e migrantes, crianças e pessoas mais velhas, adolescentes… Temos um pouco de tudo», afiançou João Galante, reconhecendo que «houve alguma ‘luta’ para se conseguir» os voluntários necessários.

É com estes que a dupla tem vindo a trabalhar diariamente, divididos em dois grupos.

«Assim é menos cansativo para cada grupo e depois, quando toda a gente já sabe o que vai fazer e o quer dizer na peça, juntamos o grupo», revelou.

“ATLAS Odemira” é uma nova etapa de um trabalho iniciado por Ana Borralho e João Galante em 2011, «numa altura de crise financeira em Portugal».

«Foi uma forma de nos juntarmos às pessoas que estavam na rua à época, em manifestações», contou.

Nessa altura, continuou João Galante, «achávamos que era um projeto muito louco, com 100 pessoas, que só iríamos fazer uma vez».

«Foi em Lisboa e a partir daí passámos quase por toda a Europa e Brasil, sempre com a participação de 100 pessoassociallocais», concluiu o autor.

 

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