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Os dois alegados homicidas de um casal de idosos alemães numa aldeia de Beja começaram hoje a ser julgados, com um dos arguidos a negar a autoria dos crimes, mas sem afastar que o outro suspeito os tenha feito.

No arranque do julgamento, no Tribunal de Beja, a arguida, uma mulher de 38 anos, acusada de dois crimes de homicídio qualificado e de furto qualificado, aceitou prestar declarações para dizer que discordava da acusação.

“Não os matei. Não sei se foi o Fernando [o outro arguido], mas não meto as mãos no lume por ninguém”, afirmou.

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Já o arguido, seu companheiro, um homem de 54 anos, acusado dos mesmos crimes, preferiu não falar nesta fase do julgamento.

Perante o coletivo de juízes que está a julgar o caso, a mulher disse ter vivido durante quatro dias na quinta do casal alemão, juntamente com a mãe e o companheiro, e referiu que os três faziam trabalhos domésticos e agrícolas.

“O Fernando dizia que os senhores iam pagar pelos serviços que prestávamos”, respondeu a arguida, quando questionada pela presidente do coletivo sobre se estavam descontentes pela falta de pagamento.

Segundo a mulher, o arguido e o idoso alemão discutiam frequentemente e um dos motivos da discórdia era a falta de carne nas refeições que fazia na casa dos idosos, pois o casal alemão era vegetariano.

A arguida relatou que, em 16 de abril de 2023, apontado pelo Ministério Público (MP) como o dia em que ocorreram os homicídios, após o jantar, o arguido ficou sozinho na habitação com a idosa e, depois, pediu à mulher para chamar o idoso.

“Não sei o que aconteceu lá dentro. Eu não ouvi nada”, sublinhou.

Pouco depois, continuou, o arguido saiu da casa com um saco que continha os pertences dos três, incluindo um candeeiro, caminharam e acabaram por chamar um táxi que os levou para Beja, onde pernoitaram numa pensão.

Assinalando que nunca mais regressou à quinta do casal alemão, a mulher voltou a não garantir que o arguido não o tenha feito, pois, no dia seguinte, o homem ausentou-se da pensão onde se encontravam durante uma hora e meia.

Questionada pelos juízes, a arguida reconheceu que, já em Aljustrel, para onde entretanto se tinham mudado, circulou juntamente com o arguido no carro das vítimas e viu-o usar o cartão bancário do casal alemão.

“O Fernando disse-me que eles lhe tinham dado o carro porque lhes deviam dinheiro”, justificou, dando a mesma resposta quando lhe perguntaram em relação ao cartão bancário.

Quanto à venda do carro por 200 euros, a mulher salientou que foi o arguido que fez o negócio.

Um dos juízes ainda confrontou a arguida com alegadas contradições entre o seu depoimento e o da sua mãe, nomeadamente em relação à sua presença no interior da casa no momento em que terão ocorrido os homicídios, mas a mulher manteve a sua versão.

Os dois arguidos, que se encontram em prisão preventiva, deverão voltar ao tribunal na quarta-feira para as alegações finais.

O homicídio dos idosos alemães terá ocorrido no dia 16 de abril de 2023 na quinta do casal, em Baleizão, no concelho de Beja, mas os corpos só foram encontrados pelas autoridades quase um mês depois, em 11 de maio, após um alerta dado pelo filho, que reside na Alemanha.

De acordo com a acusação, os arguidos aproveitaram que a idosa, de 71 anos, se encontrava sozinha e “desferiram-lhe várias pancadas com recurso a uma barra de ferro”. Depois, a arguida foi chamar o idoso, que se encontrava num anexo, e quando este entrou na habitação atingiram-no com “várias pancadas, com recurso a uma barra de ferro, na cabeça, tronco e membros”.

 



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