A Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCME) justificou o fecho do serviço de urgência do hospital daquela cidade alentejana, no distrito de Beja, com a «grave situação económica» da instituição, que provoca a falta de médicos.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a SCMS, que gere a unidade hospitalar, explicou que, «devido à grave situação económica que a instituição atravessa, não foi possível garantir disponibilidade de médicos».
«Por isso, o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Hospital de São Paulo não está em funcionamento desde o dia 30 de Setembro de 2023», salientou, no comunicado, a Mesa Administrativa da SCMS.
Apelando à compreensão da população do concelho, a instituição disse esperar que «a situação possa ser ultrapassada», mas não apontou uma data para a reabertura do SAP ou serviço de urgência.
«Com o apoio em curso da União das Misericórdias Portuguesas, contamos retomar o funcionamento do serviço de urgência, mas também abrir a unidade médico-cirúrgica», limitou-se a adiantar.
Na segunda-feira, o Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo manifestou preocupação com o encerramento do serviço de urgência daquela unidade, desde o dia 30 de Setembro passado, temendo o fecho definitivo daquela valência.
Nesse dia, em declarações à Lusa, o porta-voz do movimento, Luís Mestre, referiu que a população de Serpa não dispunha de informações por parte da Misericórdia sobre este encerramento do serviço.
«Foi colocado apenas um papel na porta a dizer que o serviço está fechado», disse, na altura.
Luís Mestre indicou então que o fecho do serviço se devia «à falta de médicos», explicando que alguns clínicos que ali prestavam serviço tinham saído «devido à irregularidade dos pagamentos».
«Não temos aqui qualquer resposta para a população», alertou o responsável, realçando que o Centro de Saúde de Serpa dispõe «apenas de consultas com médicos de família e não tem consulta de recurso» para situações de urgência.
Assinalando que «cerca de 30% da população» do concelho não tem médico de família, o porta-voz do movimento salientou que muitos tinham «no SAP deste hospital o único recurso» em caso de doença.
«Esta situação tem-se vindo a agravar este ano, com fechos sucessivos e, agora, com este, que é o mais longo e que pode nem ter retorno», acrescentou.
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