A Câmara de Santiago do Cacém vai garantir a parte não comparticipada da obra de reforço de água à barragem de Campilhas, através da ligação a Alqueva e de execução da modernização do sistema de rega, ao abrigo de um protocolo assinado entre a autarquia e a Associação de Regante de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS).
Este acordo determina que o município assume 5% do valor total das empreitadas, orçadas em 836 mil euros, a parte que não é garantida por fundos europeus.
Segundo Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, estes projetos «são fundamentais para o futuro da agricultura» do concelho.
«Naturalmente que o Município não poderia deixar de se associar e ser parte da solução, principalmente quando está em causa o projeto de ligação da barragem de Campilhas a Alqueva através do canal de Morgavel, que a autarquia e a ARBCAS têm vindo a defender há tanto tempo», acrescentou.
O protocolo firmado «garante o financiamento por parte da Câmara Municipal do valor que não é assegurado pelos Fundos Comunitários». O compromisso pretende «apoiar a ARBCA a levar estes projetos adiante, que são decisivos para que a agricultura de regadio continue a existir no concelho».
«Com a adjudicação, por parte da associação, do projetista para realizar do estudo, esperamos que num futuro breve se avance e concretize a obra», disse ainda Álvaro Beiijinha.
Rui Veríssimo Baptista, presidente da direção da ARBCAS, explicou que com estes projetos, «por um lado, aumentamos a resiliência dos sistemas existentes com o reforço do abastecimento de água através de novas origens, neste caso através da ligação de Alqueva à albufeira de Campilhas e, por outro, melhoramos a eficiência dos sistemas de distribuição de água existentes, passando a sistemas de rega por gravidade, a céu aberto, para sistemas de rega em pressão, aumentando a eficiência e reduzindo as perdas de água em 2.000 hectares».
Desta forma «garante-se água na albufeira de Campilhas, que tem sofrido brutalmente com a seca que fez com que nos últimos três anos não tenha havido rega, por estar vazia».
A importância desta ligação e modernização «é haver mais investimento por parte dos agricultores e dar outra dinâmica ao território, e assim travar a desertificação».
O passo seguinte, depois da execução dos projetos, será o lançamento dos concursos para a realização da obra. «Nessa fase iremos ver qual o Fundo Comunitário que tem disponibilidade de financiamento, mas tenho a certeza que vamos conseguir», afirmou Rui Veríssimo Baptista.
Relativamente ao apoio da Câmara Municipal, Rui Veríssimo Baptista destaca as «boas relações de cooperação entre as duas entidades».
Estes projetos de execução resultam de numa candidatura da ARBCAS ao PDR2020 representando um investimento de 836.700 euros, financiados a 95%.
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