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Pense nisto estimado leitor ou estimada leitora, sobretudo, se a sua profissão for ensinar: é ideia geral e bem enraizada que os rios nascem num sítio bem definido.

Eu soube-os, de cor, relativamente a todos os nossos rios, cinco em Espanha e as restantes em Portugal. Soube-as, assim, na minha 4ª classe (o 4º ano atual) e, ai de mim, se as não soubesse recitar, desde a do Minho à do Guadiana. A régua na mão do professor lá estava à espera daqueles que não respeitassem a regra nesse tempo e a regra era saber tudo “na ponta da língua.”

Em minha opinião, qualquer rio, grande ou pequeno, não tem uma, mas sim um sem número de nascentes.

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Fui ver nos livros e na net o que se continua a dizer sobre este tema. No caso de alguns dos nossos rios, pode ler-se:

O Rio Minho nasce na Serra de Meira, em Espanha, na Galiza;
O Rio Lima nasce no Monte Talarinho, em Espanha, na Galiza;
O Rio Douro nasce na Serra de Urbión, em Espanha;
O Rio Mondego nasce na Serra da Estrela, no sítio do Mondeguinho;
O Rio Tejo nasce na Serra de Albarracim, em Espanha;
O rio Sado nasce na Serra da Vigia (Ourique);
O Rio Guadiana nasce nas Lagoas de Rudiera, em Espanha.

Face a esta realidade, o professor tem de explicar aos alunos que esta noção de nascente de um rio é uma ideia vinda dos geógrafos e exploradores do passado, sem suporte científico.

Trata-se de uma ideia convencional que nega a realidade. Nesta ideia, convencionou-se “colocar” a nascente do rio na mais afastada das inúmeras cabeceiras da respetiva rede hidrográfica. É aquela, podemos dizer, que “torna” o rio mais comprido.

Na realidade, o rio recebe toda a água que cai na sua bacia hidrográfica. Esta água é toda a que escorre à superfície das vertentes (água de escorrência), a que corre canalizada no fundo dos vales de afluentes e subafluentes e, ainda, toda a que se infiltra no terreno da respetiva área que alimenta os aquíferos e brota aqui e ali em inúmeras nascentes.

Notas:

Rede hidrográfica – conjunto do rio mais os seus afluentes e subafluentes.

Bacia hidrográfica – área em que as águas precipitadas são conduzidas para uma rede hidrográfica, ou seja, a área total drenada por um rio e seus afluentes e subafluentes.

 

 

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