Hélder Guerreiro quer «mesmo» ver resolvidos problemas na Justiça e Finanças de Odemira

Falta de recursos humanos está a dificultar acesso da população a estes serviços

Hélder Guerreiro quer ver resolvidos «nos próximos dois a três meses» os problemas de recursos humanos na Justiça e nas Finanças, em Odemira, revelou o presidente da Câmara no último dia da Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira (FACECO), que decorreu entre 21 e 23 de Julho em S. Teotónio.

O autarca, que já tinha deixado vários “recados” ao Governo na inauguração do certame, aproveitando a presença de Carlos Miguel, secretário de Estado da Administração Local, apontou do que é que não quer «mesmo» ter necessidade de falar daqui a cerca de um ano, quando der o pontapé de saída para a próxima feira.

«Já não quero falar da justiça e das finanças. Não quero mesmo. Acho que essa é uma questão que é urgente resolver, porque nós estamos, a nível local, no limite, do ponto de vista de recursos humanos desses serviços», disse.

A solução é urgente e tem «mesmo» de ser encontrada «nos próximos 2 a 3 meses, sob pena que não haja sustentabilidade de acesso a esses serviços».

«Juízes temos, temos inspetores do Ministério Público, não temos é oficiais de justiça. Ora, sem oficiais de justiça não é possível haver julgamentos e os juízes acabam por ter de adiar sessões, o que começa a ser preocupante», disse, dando o exemplo do setor da Justiça.

Esta é uma questão «até para os próprios juízes» que trabalham no Tribunal de Odemira, por questões ligadas à progressão na carreira.

 

Hélder Guerreiro – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Hélder Guerreiro também gostava de ter boas notícias, em breve, na área da educação, algo que, acredita, «não é difícil».

Em causa está o reconhecimento dos agrupamentos  de escolas de Odemira e de Vila Nova de Milfontes como TEIP – Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.

Para que isso aconteça, basta que o Governo tenha «alguma boa vontade», até porque ambos os agrupamentos «já reúnem essas condições».

Ao ter este reconhecimento, a Câmara terá acesso a outro tipo de ferramentas e recursos para dar resposta à elevada percentagem de população migrante, «que precisa de ter uma resposta diferenciada».

E soluções são bem necessárias, tendo em conta que o concelho de Odemira viu a sua população aumentar consideravelmente de 2011 para 2021 e tem hoje muitas crianças, boa parte delas filhas de mãe estrangeira.

Isso leva a que, do ano letivo passado para o que começa em Setembro, a Câmara de Odemira vai ter que arranjar mais 10 salas de aula do 1º ciclo e do pré-escolar, para satisfazer a procura.

Este é um problema que está, neste momento, «mais ou menos resolvido. Tivemos que reativar algumas escolas que já estavam fechadas, nomeadamente salas de 1º ciclo no Cavaleiro e no Brejão, bem como a antiga escola de primeiro ciclo de S. Teotónio, que tem cinco salas, mais duas semi alternativas, que vão funcionar nessa perspetiva».

Ainda em S. Teotónio, haverá mais uma sala de pré-escolar, «que nos obrigará a alugar, digamos assim, uma sala de aula amovível. E é essa, em princípio, a solução», sendo certo que «todas estas escolas durante este tempo vão ter que sofrer pequenas obras de manutenção e adequação».

«Mas trata-se de reabrir escolas, o que é uma espécie de movimento contrário ao normal. Acaba por também ser interessante como experiência para perceber as questões de proximidade. Ou seja: o Estado terá mais despesa com professores, nós teremos também com auxiliares e por aí fora, no entanto, em princípio, os custos de transporte também podem vir a diminuir e o fornecimento de refeições talvez acabe por ter aqui um impacto. Mas isso são pormenores, o que importa é nós conseguirmos estas salas para que os miúdos possam frequentar a escola, que é isso é que é importante», rematou Hélder Guerreiro.

 

 

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