Greve nas minas de Neves-Corvo está a ter “boa adesão”

Greve convocada para exigir “um aumento salarial nunca inferior a 100 euros com retroativos a janeiro de 2023”

Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo, em Castro Verde (Beja), iniciaram ontem uma greve, de dois dias, para exigir aumentos salariais, que está a ter “boa adesão”, disse à Lusa o coordenador do sindicato.

Segundo Albino Pereira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), a paralisação de duas horas, no início de cada turno, na Sociedade Mineira de Neves-Corvo (Somincor), concessionária das minas alentejanas, arrancou às 06:00 e a adesão “tem sido boa”.

“A greve está a correr bem e o pessoal tem cumprido com o que propusemos aos trabalhadores. Temos tido uma boa adesão”, afirmou.

Ainda assim, o dirigente sindical recusou-se a avançar com o número concreto de trabalhadores que aderiram ao protesto.

“Só no final [da greve, na quinta-feira,] é que conseguiremos fazer essa análise”, justificou.

Contactada pela Lusa, a Somincor disse também ser “prematuro” fazer um balanço da adesão à greve, por esta estar “ainda a decorrer”.

A greve nas minas de Neves-Corvo foi convocada, em 03 de julho, pelo STIM, para exigir “um aumento salarial nunca inferior a 100 euros com retroativos a janeiro de 2023” para os trabalhadores da empresa.

Em causa está o facto da empresa concessionária, detida pela multinacional Lundin Mining, ter concedido este ano “um aumento de apenas 2% ou 36 euros” aos trabalhadores, acrescentou na altura o coordenador do sindicato.

O STIM exige também que sejam revistas a segurança e condições de trabalho, as progressões na carreira, as anuidades, os subsídios de fundo, de transporte, de apoio escolar e à habitação, e os prémios de passagem à reforma.

O caderno reivindicativo do sindicato inclui ainda a concessão de “mais um dia de compensação” aos trabalhadores das lavarias, a criação de um balneário para as mulheres “com condições dignas” e que os dias de Carnaval, Páscoa e aniversário sejam considerados feriados.

Segundo Albino Pereira, os pressupostos que motivaram a convocatória da greve continuam a ser os mesmos, uma vez que não se registou qualquer contacto entre a empresa e o STIM desde então.

“[A Somincor] parece não ter vontade de negociar com os trabalhadores”, criticou.

Situada no concelho alentejano de Castro Verde, a mina de Neves-Corvo produz, sobretudo, concentrado de cobre e de zinco e conta cerca de 2.000 trabalhadores.

A mina tem como concessionária a Somincor, empresa que é detida pela multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, também proprietária das minas de Candelária e Caserones (ambas no Chile), Chapada (Brasil), Eagle (Estados Unidos), Zinkgruvan (Suécia) e Josemaria (Argentina).

 



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