Um corpo de bombeiros regional do Algarve, semelhante à Força Especial de Bombeiros que já existe a nível nacional, mas também torres de vídeovigilância para detetar precocemente incêndios rurais e florestais, a atualização do modelo de risco de tsunami e a criação de um sistema no oceano que alerte para este tipo de catástrofe, são alguns dos projetos com os quais a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve quer avançar, aproveitando fundos da União Europeia até 2030.
Segundo António Pina, presidente da AMAL, os municípios algarvios querem aproveitar «o próximo quadro comunitário de apoio, chamado 2030» para assegurar uma região «mais resiliente no que diz respeito aos dois principais riscos que ameaçam a nossa região».
«Um, que é recorrente, são os fogos florestais. Outro, que também nos preocupa, porque um dia a terra pode tremer, são os sismos e tsunamis», resumiu, à margem da assinatura do memorando de entendimento de criação Plataforma Regional para a Redução do Risco de Catástrofes, que decorreu esta quinta-feira, dia 19, em Faro.
No campo do combate aos fogos florestais, as Câmaras têm na calha dois projetos, que deverão avançar no próximo período de financiamento europeu.
«Deixámos o desafio para a criação de uma corpo regional permanente de bombeiros florestais, ao serviço da autoridade de proteção civil, que os municípios também estão dispostos a ajudar a financiar, se forem chamados a fazê-lo», ilustrou António Pina.
«Isto permitirá dar resposta sem situações como aquela que quase aconteceu no ano passado, em que havia um grande fogo ativo [em Gambelas e Quinta do Lago] e surgiu outro [em Monchique]. Felizmente, este segundo incêndio não chegou a atingir as proporções do que já estava em curso, porque seríamos incapazes de ter o número de operacionais e meios suficientes para atacar dois grandes fogos em simultâneo», exemplificou.
A ideia é criar «uma nova força», que o autarca olhanense compara à Força Especial de Bombeiros, a «adicionar ao que já temos».
Outra intenção é avançar para a «utilização das tecnologias de vídeovigilância, incluindo noturna, porque, como sabemos, a melhor forma de combater fogos florestais é descobri-los numa fase muito inicial, quando ainda são fáceis de apagar».
«Cobrir toda a extensão rural e serra algarvia, que são muitos quilómetros, por vezes com pouca acessibilidades, só é possível utilizando estas tecnologias. Este é um desafio para o qual os municípios estão dispostos a partilhar com a ANEPC o investimento necessário para instalar torres de vigia com vídeovigilância», assegurou.
Quanto ao projeto ligado aos sismos, «queremos ver atualizados os modelos de risco de tsunami, pois isso ajudar-nos-á a preparar a proteção civil, mas também avançar com um sistema de alerta no oceano e uma forma de comunicar a toda a população, residentes e visitantes», concluiu António Pina.