«Os resultados obtidos em 2022 são francamente positivos e encorajadores», disse Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, na sessão solene do 43.º aniversário, que decorreu esta quarta-feira, 14 de Janeiro, no Grande Auditório, no Campus de Gambelas, em Faro, e onde foi feito um balanço do ano que está quase a terminar e se perspetivou o futuro.
«Em 2021/22, voltámos a ultrapassar os 9.000 estudantes inscritos em cursos conferentes de grau (9.244 para sermos precisos), o que já não se verificava desde 2010/11», explicou o reitor, referindo que se tratou do 6.º ano consecutivo de aumento do número de estudantes.
Além disso, até Novembro deste ano, as receitas de investigação ultrapassam em 40% o valor do ano passado, e a percentagem de estudantes de nacionalidade estrangeira voltou também a aumentar.
«No ranking da Times Higher Education, continuamos a ser a IES nacional com a pontuação mais elevada na Internacionalização, para o que contribui não só o ensino, mas também a investigação», frisou Paulo Águas.
Apesar de a falta de alojamento continuar a ser um dos maiores problemas sentidos pelos estudantes, o reitor fez questão de realçar que esforços estão a ser feitos nesse sentido tendo, no passado mês de Setembro, sido assinados oito contratos programa de financiamento no âmbito do programa nacional de alojamento para o ensino superior apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): seis relativos à renovação de residências, dois relativos à construção de novas residências (uma no Campus da Penha, com 125 camas, e outra no Campus de Gambelas, com 162 camas), um montante de financiamento que ascende a 13,7 milhões de euros.
Um dos objetivos, que, segundo o reitor, também foi atingido, foi o de melhorar as instalações, apostando em mais equipamento, sem esquecer a assinatura do memorando de entendimento com o Município de Portimão e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Algarve para a construção do campus universitário de Portimão, «com o propósito de aumentar e diversificar a oferta formativa, de modo a triplicar, em 5 anos, o atual número de estudantes».
Com o objetivo de angariar «informação relevante para que os dirigentes, e respetivas equipas, promovam a melhoria contínua dos serviços prestados» foi ainda este ano, pela primeira vez, feita a avaliação da perceção da satisfação interna com os serviços e «os resultados mostram que, globalmente, as perceções são positivas», afirmou Paulo Águas.
«Hoje somos 361 trabalhadores não docentes, mais 14 do que no final de 2021, o que, acreditamos também tem impacto na melhoria dos serviços», continuou. Contudo, Sofia Nunes, representante dos funcionários não docentes, que também discursou na cerimónia, referiu haver necessidade de contratar mais.

«A Universidade cresceu, em número de alunos, o que é muito bom e, uma vez mais, parabéns a todos nós por isso! Mas o número de funcionários não aumentou, os espaços não aumentaram, os docentes não aumentaram…Temos a perfeita noção que em 2021 foram abertos alguns concursos mas que, ainda assim, não colmatam as saídas e as atuais necessidades».
Quanto à progressão nas carreiras do pessoal docente foi «dada continuidade ao plano de desenvolvimento de carreiras iniciado em 2018, tendo sido autorizados, em 2022, 40 concursos para categorias intermédias e de topo» e «para o início de carreira foram abertos 11 concursos, o valor mais elevado dos últimos anos».
Também situação financeira, uma vez mais, continuou «a registar um resultado líquido do exercício positivo», sendo esperado que o ano termine com uma receita superior aos 62 milhões de euros de 2021 e com uma despesa também superior aos 59,5 milhões de euros do ano passado.
Com os olhos postos no futuro, Paulo Águas frisa que, em 2022/23, a UAlg irá «continuar a aumentar o número de estudantes, sendo previsível que se possa ultrapassar os 9.500, com mais de 2.000 de nacionalidade estrangeira.
A oferta de cursos técnicos superiores profissionais em 2023/24 será também alargada à Escola Superior de Saúde e, dando cumprimento ao contrato programa para alargar e modernizar o ensino da medicina e a investigação clínica e biomédica firmado com a DGES, o Centro Académico Clínico (ABC) e os municípios do Algarve, na 15.ª edição do MIM, o curso a iniciar em Setembro de 2023 passará a ter 80 vagas.
«Na área da internacionalização, iniciaremos uma nova etapa, com a entrada formal, a partir de 1 Janeiro, na Aliança das Universidades Europeias do Mar», revelou ainda o reitor, frisando que este é um projeto com financiamento a 4 anos e que considerado «de extrema importância para o nosso futuro».
«Parece-nos claro que se trata da iniciativa da Comissão Europeia que maior impacto terá na competitividade, à escala global, do espaço europeu do ensino superior», atirou.
Ao nível das infraestruturas pode-se ainda esperar uma intervenção nos novos espaços onde passou a estar instalado o ICAREHB, «com verbas angariadas pelo próprio centro de investigação», para realizar as obras de renovação nas residências, «adjudicar a construção das duas novas residências, iniciar a obra da Nave das Artes».
«Será dada continuidade a obras de manutenção de edifícios, durante alguns anos ausentes devido às fragilidades financeiras da instituição. Pretendemos, ainda, concluir a execução das verbas dos programas Impulsos destinadas a equipamentos», frisou o reitor.
Fábio Zacarias, presidente da Associação Académica, mostrou-se ainda orgulhoso «do trabalho político e social que tem sido defendido pelos estudantes».

«Seja através de uma luta incansável pelo aumento da oferta de habitação digna a custos controlados, pela necessidade de uma oferta de mobilidade mais diversificada, pelo desenvolvimento da oferta desportiva, pela necessidade urgente de mitigar toda e qualquer desigualdade social, pelo ensino tendencialmente gratuito e universal ou até mesmo pela descentralização da Universidade na região, garantindo o aumento do seu impacto positivo no Algarve», disse.
Dirigindo-se ao reitor, Fábio Zacarias agradeceu o trabalho feito ao longo do ano e frisou que «a comunicação foi, sem dúvida, o reflexo da cordialidade entre estudantes e instituição».
A cerimónia contou ainda com a entrega de medalhas da Universidade aos funcionários que completaram 25 anos de serviço na instituição, o Prémio Universidade do Algarve aos diplomados com mérito no ano letivo de 2020/21 e o Prémio Manuel Gomes Guerreiro (com o apoio dos Municípios de Faro e Loulé), atribuído a Graça Maria dos Santos Palma e Susana Calado Martins, pela obra “RED BOOK, Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias”.
Pela primeira vez, foi também entregue o Prémio Investigador UAlg, atribuído a Ana Margarida Moutinho Grenha.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação