Pedro Nuno Santos demitiu-se, esta quinta-feira, 29 de Dezembro, do cargo de ministro das Infraestruturas e Habitação. O governante, que, em Junho, esteve quase a sair do Governo devido à localização do novo aeroporto de Lisboa, não resistiu à polémica indemnização de 500 mil euros dada Alexandra Reis, ex-secretária de Estado do Tesouro, quando saiu da TAP.
A demissão de Pedro Nuno Santos foi tornada pública na madrugada desta quinta-feira, num comunicado do Ministério das Infraestruturas e Habitação.
No documento, o governante explica que, «face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno deste caso», decidiu assumir a «responsabilidade política».
Em causa está a indemnização de 500 mil euros que Alexandra Reis recebeu quando saiu da administração da TAP – uma empresa com capitais públicos – em Fevereiro.
Em Junho, Alexandra Reis acabou por ser nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV)… e, em Dezembro, para secretária de Estado do Tesouro, sob a alçada de Fernando Medina (ministro das Finanças).
Esta indemnização foi conhecida só agora, após o Correio da Manhã ter noticiado o caso na véspera de Natal, 24 de Dezembro.
A saída de Pedro Nuno Santos representa um rombo no Governo: apontado como um dos sucessores de António Costa na liderança do PS, estava desde 2015 com funções executivas.
Nos anos da geringonça, foi, enquanto secretário de Estado, o responsável pela articulação política com os partidos da esquerda. Em 2019, Costa chamou-o para ministro das Infraestruturas e Habitação, ficando com dossiers importantes como o Plano Ferroviário… e a TAP.
E acabou por ser mesmo devido a uma polémica com a TAP que Pedro Nuno Santos, que teve um dos últimos atos públicos, enquanto ministro, a 20 de Dezembro, em Vila Real de Santo António, deixou o Governo.