Festival Terras sem Sombra encerra “Con Affetto” em Sines

Nos dias 22 e 23 de Outubro

Será “Con Affetto”, ou seja, com «grande música barroca de Itália», que a 18ª temporada do Festival Terras sem Sombra vai terminar, nos dias 22 e 23 de Outubro, em Sines.

O encerramento de mais uma edição do evento que leva cultura a vários pontos do Alentejo terá como ponto alto «um concerto de excelência pelo ensemble italiano Il Giardino Armonico, dirigido pelo maestro Giovanni Antonini», resultante de uma parceria com a Embaixada da Itália e o Município de Sines, no dia 22, às 21h30, Centro de Artes de Sines.

De caminho, e como é habitual, haverá a oportunidade de conhecer o património local, mais concretamente o mundo do megalitismo, numa atividade com o tema “Saxa Sacra: Monumentos Megalíticos de Monte Chãos”, bem como de conhecer “O Montado e o Sobreiral de Nascedios do Moinho”, na ação de biodiversidade.

No concerto de dia 22, intitulado “Con Affetto: Emoção e Razão na Música Italiana do Século XVII”, apresentar-se-á em palco Il Giardino Armonico , um «ensemble barroco de referência mundial» fundado na década de 1980, em Milão, que se centra no repertório nos séculos XVII e XVIII.

«Presença destacada em festivais internacionais e conceituadas salas de concerto, o agrupamento conta com intérpretes oriundos das mais importantes instituições musicais da Europa e trabalha com nomes consagrados do canto e solistas de renome», segundo a organização do Terras sem Sombra.

Stefano Barneschi, Marco Bianchi (violino), Paolo Beschi (violoncelo) e Riccardo Doni (cravo),  são os intérpretes de um programa «que desfila peças de Tarquinio Merula, Dario Castello, Alessandro Scarlatti, Antonio Vivaldi, entre outros autores».

Giovanni Antonini, «reconhecido pela interpretação inovadora do repertório clássico e barroco», estudou na Civica Scuola di Musica, em Milão, e no Centre de Musique Ancienne, em Genebra. Para além da atividade como diretor musical, atua como solista (flauta transversal barroca).

É também responsável artístico pelo Festival Wratislavia Cantans, na Polónia, e maestro convidado principal da Orquestra Mozarteum e Kammerorchester Basel. Dirige o projeto Haydn 2032, destinado a gravar e executar, com Il Giardino Armonico e a Kammerorchester Basel, as sinfonias completas de Joseph Haydn no 300.º aniversário do seu nascimento.

 

 

Antes deste concerto, às 15h00 de dia 22, um sábado, decorrerá uma atividade dedicada ao património cultural, sob o mote “Saxa Sacra: Monumentos Megalíticos de Monte Chãos”.

Esta iniciativa, com ponto de encontro no Museu de Sines, «propõe uma “viagem” ao período do Calcolítico, ao terceiro milénio a.C. e a um povoado único, sito na zona mais alta dos arredores da cidade, Monte Chãos».

«A partir de Monte Novo, domina-se toda a baía de São Torpes, numa zona com condições naturais de defesa, mas que se destacou pelas estruturas de cariz religioso, nomeadamente um cromeleque, um santuário rupestre e uma necrópole. A atividade é orientada pelos arqueólogos Mário Varela Gomes e Anabela Joaquinito», diz a organização do evento.

No âmbito da biodiversidade, o Terras sem Sombra leva a cabo, domingo de manhã, 23 de Outubro (9h30), a ação “Onde o Atlântico e o Mediterrâneo se encontram: O Montado e o Sobreiral de Nascedios do Moinho”, numa visita a esta herdade, perto da Sonega.

Este é um território «que tem a particularidade de apresentar sobreiros em três contextos: sobreiral, atualmente difícil de encontrar na região; montado espontâneo, há muito afeiçoado pelo homem, a partir do legado natural; e a moderna plantação de sobreiros (montado planeado)».

Esta será uma oportunidade, também, «para responder à pergunta: porque morrem os sobreiros?».

A iniciativa tem a orientação de Paulo Maio, Pedro Serafim e Pedro Pacheco Marques (engenheiros florestais) e João Dimas (técnico florestal), com ponto de encontro no Museu de Sines.

 

 

No dia 21, sexta-feira, no âmbito da iniciativa associada ao Festival Terras sem Sombra, o Onde a Vida Acontece, está planeado um recital pela pianista húngara Kinga Somogyi, às 16h30, na Escola de Artes de Sines, sob o tema “O Voo do Piano: Música Europeia (e não só) dos Séculos XIX-XXI”.

«A música desempenha um papel marcante na minha vida. Comecei os estudos musicais com sete anos em Veszprém, a cidade onde nasci. Ao longo dos 15 anos em que frequentei duas escolas de Música (Escola Csermák Antal, de Veszprém, Escola Járdányi Pál, de Budapeste), participei em vários concertos, competições e eventos musicais com êxito. Em 2016, ganhei o 11.º Concurso Nacional de Órgão da Hungria», sublinha a artista.

Em Sines, Kinga Smogyi interpreta peças de Ludwig van Beethoven, Béla Bartók, Ede Poldini e Piotr Tchaikovski, entre outros mestres.

O projeto Onde a Vida Acontece apresenta ainda uma iniciativa sobre Arte, História e Tradições, na manhã de sexta-feira (10h00), com ponto de encontro no Museu de Sines.

“Viver no Campo: A Ruralidade à Porta da Cidade” «leva os participantes a refletirem sobre o papel do mundo rural numa comunidade hoje predominantemente urbana, mas que ancora as suas raízes em espaços rurais ainda em plena produção e que continuam uma mais do que milenar tradição pecuária».

Complementarmente a este olhar sobre o património rural, a atividade ligada às relações entre a ciência, a inovação e natureza debruça-se sobre uma realidade outrora significativa em diversos pontos do concelho e que dá agora sinais de voltar à vida.

A ação “Conhecer para Fazer: O Fabrico Artesanal de Queijo” «propõe aprofundar conhecimentos a propósito de um dos alimentos vinculados à economia local e que possui velhos pergaminhos na zona de Sonega, confluência de quatro freguesias (Sines, Porto Covo, Santiago do Cacém e Cercal)».

 

 

Programa “Con Affetto: Emoção e Razão na Música Italiana do Século XVII”

Tarquinio Merula [1595-1665]
Canzon “La Pedrina” (Veneza, 1637)

Dario Castello [1602-1631]
Sonata undecima a tre, Libro II (Veneza, 1629)

Francesco Rognoni [1570-1626]
Diminuzioni su “Pulchra es amica mea” di Palestrina per flauto e archi (Milão, 1620)

Tarquinio Merula
Canzon “La Strada” (Veneza, 1637)

Dario Castello
Sonata duodecima per due violini, violoncello e basso continuo (Veneza, 1637)

Jacob Van Eyck [1590-1657]
“Van Goosen” per flauto solo (Amesterdão, 1649)

Andrea Falconieri [1585-1656]
Folías echa para mi Señora Doña Tarolilla de Carallenos (Nápoles, 1650)

Gioan Pietro del Buono [?-ca. 1657]
Sonate VII e IX sopra “Ave Maris Stella” (Palermo, 1641)

Alessandro Scarlatti [1660-1725]
Sonata in la minore per flauto, due violini e basso continuo (Nápoles, 1725)
I. Allegro / II. Largo / III. Fuga / IV. Piano / V. Allegro

Antonio Vivaldi [1678-1741]
Concerto in la minore RV 108 per flauto, due violini e basso continuo
I. Allegro / II. Largo / III. Allegro

Giovanni Legrenzi [1626-1690]
Sonata op. 10, n.º 1, per due violini, violoncello e basso continuo (“La Cetra”, Veneza, 1673)
I. Allegro / II. Adagio e con affetto / III. Adagio / IV. Prestissimo / V. Adagio

Antonio Vivaldi

Concerto in re maggiore RV 90 “Il Gardellino” per flautino, due violini e basso continuo
I. Allegro / II. Largo / III. Allegro

 

Biografias

Il Giardino Armonico

Criado em 1985, sob a direcção de Giovanni Antonini, é um ensemble de referência mundial na interpretação historicamente fundamentada. Tem a participação de intérpretes oriundos das mais importantes instituições musicais da Europa e desenvolve um repertório centrado nos séculos XVII e XVIII.
Presença assídua em festivais internacionais, já se apresentou nas mais conceituadas salas de concerto, sendo aclamado tanto pelos concertos como pelas óperas levadas à cena.
A par da actividade concertística, mantém intensa edição discográfica com etiquetas de referência na música clássica, sendo autor de álbuns amplamente aplaudidos pela crítica e pelo público. A gravação das obras de Verdi e de outros compositores do século XVIII valeram-lhe inúmeros prémios internacionais (v.g., Diapason d’Or, Echo Klassik, Grammy Awards, ICMA Baroque Vocal, Gramophone Award, Choc de l’Année). Trabalha assiduamente com nomes consagrados do canto e com solistas de renome.

Giovanni Antonini Direção musical

Nascido em Milão, estudou na Civica Scuola di Musica e no Centre de Musique Ancienne, em Genebra. Com o ensemble barroco Il Giardino Armonico – que fundou e lidera desde 1989 – actua como solista (flauta transversal barroca) e como maestro, tendo-se apresentado um pouco por todo o mundo. É também director artístico do Festival Wratislavia Cantans, na Polónia, e maestro convidado principal da Orquestra Mozarteum e Kammerorchester Basel.
Reconhecido pela interpretação apurada e inovadora do repertório clássico e barroco, já actuou com artistas conceituados, entre eles Cecilia Bartoli, Kristian Bezuidenhout, Giuliano Carmignola ou Isabelle Faust, e com algumas das mais prestigiadas orquestras mundiais.
Tem dirigido diversas óperas e gravado inúmeros álbuns, tanto com Il Giardino Armonico como com orquestras como a Kammerorchester Basel ou a Orquestra La Scintilla. É director artístico do projecto Haydn 2032, criado para gravar e executar, com Il Giardino Armonico e a Kammerorchester Basel, as sinfonias completas de Joseph Haydn no 300.º aniversário do nascimento do compositor.

 

 

 



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