Odemira começa hoje testagem massiva à população, com especial atenção aos migrantes

Campanha permitirá fazer cerca de 5 mil testes por semana

Testes à Covid-19 | Foto de arquivo

Cinco mil testes para despistar a Covid-19 devem ser feitos esta semana à população do concelho de Odemira, um dos seis municípios de todo o país onde é mais alta a taxa de incidência dessa doença.

Os testes, que serão realizados num centro fixo e noutro móvel, com o apoio da Cruz Vermelha e do Algarve Biomedical Center, começaram esta manhã.

O objetivo é, sobretudo, testar os trabalhadores migrantes das estufas do concelho de Odemira, mas deverá também ser abrangida a população residente.

Odemira, que tem uma população fixa de pouco mais de 22 mil habitantes, deverá ter ainda uma população migrante de cerca de 7 a 8 mil pessoas, a trabalhar sobretudo na agricultura intensiva e alojada muitas vezes em complexos sem condições de distanciamento físico.

Tem sido precisamente entre esses trabalhadores que se tem registado, nas últimas semanas, uma nova subida dos casos positivos de Covid-19. De tal forma que, tendo por base a população fixa, este concelho do litoral alentejano tinha, na última contagem feita pela Direção Geral de saúde, uma taxa de incidência de 336 casos por 100 mil habitantes.

Na última atualização da situação pandémica feita pela Câmara de Odemira na sua página de Facebook, datada de 1 de Abril, este concelho tinha 50 casos ativos.

Em declarações ao jornal Público, José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, recordou que «quando o país se confinou, o concelho estava abaixo da média». «Estamos em crer que haverá condições para os números [de infeções] descerem», acrescentou.

 

Reunião virtual no sábado, para debater plano de testagem massiva em Odemira

 

José Robalo, presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, disse esta manhã, à Antena 1, que o objetivo é testar o máximo de pessoas, sobretudo «migrantes que trabalham nas empresas agrícolas», para que eventuais casos de Covid-19 «não passem para a comunidade» e «não comprometam o funcionamento das unidades de agricultura».

Este responsável acrescentou que se irá começar a campanha de testagem por «locais de mais fácil identificação», para depois «progredir no terreno para situações em que seja mais difícil saber qual o domicílio dos trabalhadores».

O plano de testes no município de Odemira foi acertado, no passado sábado, numa reunião online na qual participaram Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Defesa e coordenador regional do Alentejo do combate à pandemia, bem como António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, e ainda o coordenador da task force para a realização de testes, o presidente da Câmara de Odemira, estruturas locais e regionais de saúde (Delegada de Saúde de Odemira e ARS Alentejo) e agricultura, bem como o Alto Comissariado para as Migrações e a associação Taipa, que desenvolve trabalho com as comunidades de imigrantes.

Tratou-se de preparar «um planeamento em que a Proteção Civil Municipal e autoridade local de saúde trabalham de forma próxima e articulada com a comunidade», escreveu Jorge Seguro Sanches na sua página de Facebook.

 



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