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Sul InformaçãoNo Natal, esteve dentro da tenda montada pela Câmara de Faro, para animar os mais pequenos. Esta primavera, a cegonha voltou e pousou na rua Rebelo da Silva, conhecida por muito como “a de trás” da rua de Santo António, onde é, atualmente, um elemento de animação estética e até de atração de pessoas, que fazem questão de a fotografar.

Esta instalação artística em forma de cegonha, com cerca de três metros de comprimento, foi criada há alguns meses pelo artista farense Tó Quintas para animar a tenda de Natal da Câmara de Faro e ganhou nova vida há algumas semanas.

O “culpado” foi José Carlos Manuel, proprietário da loja António Manuel e presidente da Associação de Comércio da Baixa de Faro, que quis dar mais vida à artéria onde vive e para onde dá uma das portas do seu estabelecimento.

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«Eu sou muito cuidadoso com Faro. Tenho vindo a fazer pressão junto da Câmara para agir na parte estética e eles têm dado algum apoio. É difícil, porque as questões de logística assim o determinam, mas vou tentando, com a autarquia, dar alguns sinais de frescura às ruas da Baixa», explicou José Carlos Manuel ao Sul Informação.

A escolha da rua Rebelo da Silva, que liga a rua 1º de Dezembro, transversal à de Santo António, à praça Alexandre Herculano (Jardim da Alagoa), deve-se à forte relação que tem com esta artéria da cidade.

«Tenho especial atenção a esta rua, porque, para além de aqui morar, tenho cá a minha loja [uma das entradas]. Esta sempre foi conhecida como a rua de trás, por ficar nas traseiras da Rua de Santo António. Apesar de ainda haver aqui algum trânsito, de cargas e descargas, a rua já começa a ter vida própria», disse.

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E como é que uma cegonha gigante aterrou ali? «O Tó Quintas tinha criado esta cegonha para pôr na tenda de Natal das crianças. Um dia, fui à casa dele e acho que a cegonha estava cansada de estar lá, veio atrás de mim e aterrou aqui», brincou José Carlos.

«Esta obra nasceu de um convite da Câmara para animar a tenda natalícia. Eles fazem sempre um presépio e este ano surgiu a ideia da cegonha, por ser um símbolo da cidade. Esta peça é construída em materiais relativamente ligeiros, devido ao seu tamanho, para ser fácil de transportar e de montar», contou, por seu lado, Tó Quintas.

«Ela era para ter uma vida algo curta, mas o Zé Carlos convidou-me a pendurá-la aqui na rua para decorar o espaço. Vamos ver até quando sobrevive», acrescentou.

O artista farense explicou ao Sul Informação que a cegonha foi pensada, «não para ter o rigor de uma cegonha verdadeira, mas para dar a imagem deste animal, num estilo infantil, a lembrar a banda desenhada, para ser um pouco naïf. Porque eu acho que este tipo de coisas são um medicamento para a depressão, têm a capacidade de animar, de provocar a gargalhada e a alegria».

«Tem sido um sucesso. Muitas pessoas, principalmente os estrangeiros, fazem questão de fotografar a cegonha, juntamente com a buganvília», assegurou José Carlos Manuel.

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Fazer desta peça artística uma referência para quem visita Faro e, desta forma, colocar a rua Rebelo da Silva no mapa turístico da cidade é um dos grandes objetivos.

«Nós, que moramos aqui, não ligamos muito. Mas quem vem de fora, se vê algo fora do comum, tira uma fotografia», ilustrou.

Este é apenas um dos apontamentos que José Carlos Manuel, a título pessoal ou enquanto presidente da associação Baixa de Faro, tem deixado pela zona nobre da cidade. «No ano passado, na Rua de Santo António, pusemos lá um louva-a-deus. Também fui eu que coloquei a deusa nas escadarias da Doca, bem como o búzio», contou.

Para Tó Quintas, a cegonha «mudou a rua». «Antes, era a parte de trás da rua de Santo António, mas começa a ter a sua identidade própria. Penso que isto poderá até poderá ajudar ao aparecimento de novos negócios e aumentar a qualidade de vida das pessoas que aqui moram. Porque esta é uma rua da Baixa, mas que ainda tem uma tranquilidade quase de aldeia», disse.

Já José Carlos gostaria de ver os seus conterrâneos a cuidar mais de Faro. «Acho que os moradores deviam fazer um bocado mais pela cidade. Se as pessoas de cá não estragarem, já é muito bom. Mas o que se vê mais são pessoas que em vez de cuidar, estragam. Ainda assim, acredito que haja uma tendência para mudar», considerou.

Da sua parte, continuará a esforçar-se para que a Baixa da cidade tenha elementos diferenciadores, neste caso, no seu papel de dirigente associativo. «Temos um projeto para colocar floreiras penduradas em todos os candeeiros da baixa. Ainda estou à espera do sim da Câmara, para pintar os candeeiros. São coisas que demoram um bocado, mas que nos permitem evoluir e cuidar mais da nossa cidade», acredita.

Quanto ao futuro da cegonha gigante, ainda está por definir. Há pouco dias, o vento causou alguns estragos na peça, que entretanto foi recuperada, o que leva José Carlos Manuel a não saber se ela «vai migrar».

«Houve agora este problema, porque ela bateu com a asa e tivemos de chamar o veterinário – o Tó Quintas. Mas acho que ela se vai aguentar aqui  no Inverno», concluiu.

 

Fotos: Gonçalo Dourado|Sul Informação

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