Os autarcas do Baixo Alentejo exortam o Governo a colocar «o mais urgente possível» os dois helicópteros bombardeiros ligeiros que já deviam estar a operar a partir dos heliportos de Moura e de Ourique desde 1 de Junho, mas que, um mês depois, ainda não chegaram.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais – DECIR 2025 previa a colocação destes dois meios aéreos nos heliportos de Moura e de Ourique a partir de 1 de Junho e até 15 de Outubro.
«Infelizmente, neste mês de junho (fase Charlie), não contámos com estes dois meios aéreos no Baixo Alentejo», lamentou a CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, num comunicado.
A colocação célere dos meios aéreos no Baixo Alentejo e no Alentejo Litoral já tinha sido reivindicada por vários autarcas destas duas sub-regiões, mas também pela Federação dos Bombeiros de Setúbal.
«Considerando a área geográfica de abrangência, as consideráveis distâncias entre os corpos de Bombeiros Voluntários, as áreas florestais/rurais do território, com especial incidência nas de proteção especial em termos ambientais e de preservação de biodiversidade, e também o facto da acumulação de muita matéria combustível, devido às chuvas tardias do corrente ano, a designada primeira intervenção torna-se absolutamente fundamental para precaver a propagação dos incêndios, de forma a evitar o colocar em perigo pessoas e bens», defendem os autarcas do Baixo Alentejo.
«É precisamente nesta primeira intervenção que estes helicópteros ligeiros são essenciais, devido à célere mobilização, à facilidade da sua operação e à rapidez com que podem chegar à ocorrência. Muitos pequenos focos de incêndio não passam disso mesmo, em virtude desta primeira intervenção aérea», acrescentam.
Apesar de «ter sido posicionado, provisoriamente, um bombardeiro pesado de combate a incêndios em Ourique, este tem características e operacionalização totalmente distintas».
«De facto, os helicópteros ligeiros funcionam, de forma eficaz, como meios de ataque inicial evitando a propagação dos incêndios, quando ativados de forma célere e chegando ao evento, ainda numa fase inicial do mesmo. O bombardeiro pesado necessita de um considerável período de tempo (entre 30 a 40 minutos) para poder levantar voo e é também importante, mas numa fase posterior do ataque ao incêndio», enquadrou a CIMBAL.
«Comparativamente com os anos anteriores, o número de ocorrências não conheceu grande aumento. Todavia, a área ardida nos treze concelhos do Baixo Alentejo já ultrapassa os 700 hectares, muito superior ao mesmo período dos últimos anos», alertou.
«Considerando que é a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil a entidade responsável pela distribuição dos meios no território e perante os argumentos aduzidos, os autarcas do Baixo Alentejo exortam os seus responsáveis máximos a disponibilizarem os dois helicópteros bombardeiros ligeiros, previstos no DECIR 2025, nos heliportos de Moura e Ourique, o mais urgente possível», concluíram nos autarcas do Baixo Alentejo.
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