O livro “Na morte de Erato”, de A. M. Pires Cabral (Tinta-da-China), venceu o Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa (APE) | Município de Faro.
A escolha foi «unânime» e tomada logo na «primeira ronda».
Nesta escolha, o júri, coordenado por José Manuel Mendes e composto por Helena Buescu, José Cândido Oliveira Martins e Ana Isabel Soares decidiu «saudar a coragem de recuperar uma certa poesia de pensamento sem o desvio melancólico da nostalgia, num discurso elegante e digno da obra do autor» (“Pousar, é tudo.”, como se lê na p. 6).
«O diálogo que o poeta estabelece com a musa moribunda, Erato, desenvolve-se como entre operários iguais do verbo poético, igualmente hábeis no manejo das suas diferenças. Trata-se de uma elegia despojada de tristeza ou saudosismo, que articula com destreza passos coloquiais com a elevação do verbo clássico».
O Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e Câmara Municipal de Faro, patrocinado pela Fundação Millennium BCP, destina-se a galardoar anualmente uma obra de poesia, em português, publicado integralmente e em primeira edição.
Nesta 2.ª edição foram admitidos livros publicados em 2024.
A. M. Pires Cabral vai ganhar 12500 euros. A data da cerimónia de entrega do prémio, em Faro, será ainda anunciada.
BIOGRAFIA
A. M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica.
Foi professor e animador cultural, responsável pela participação de Vila Real no Projecto 5.2 do Conselho da Europa («Políticas Culturais nas Cidades») e co-organizador das Jornadas Camilianas de Vila Real.
É conhecido sobretudo como ficcionista e poeta.
Na área da ficção, publicou até ao momento oito livros de contos e seis romances, tendo ganho o Prémio Círculo de Leitores (com Sancirilo), o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (com O Porco de Erimanto) e o Grande Prémio de Literatura DST (com O Cónego). Antes deste O Quartel, publicou nesta mesma colecção o romance Feliciano (2021).
Na área da poesia, estreou-se em 1974 com Algures a Nordeste e publicou até hoje 20 títulos. Foram-lhe atribuídos o Prémio D. Dinis (com Que Comboio É Este e Douro: Pizzicato e Chula), Prémio Luís Miguel Nava (com As Têmporas da Cinza), PEN Clube (com Arado), Prémio Autores SPA 2014 (com Gaveta do Fundo), Prémio Nacional Literário João de Deus 2021 (com Frentes de Fogo).
Caderneta de Lembranças, o seu mais recente livro de poemas, foi distinguido em 2022 com o Prémio de Poesia António Gedeão e com o Prémio Ruy Belo.