O Villa Termal Spa Hotel, um antigo hospital termal transformado numa das três unidades hoteleiras do resort das Caldas da Monchique, já reabriu oficialmente depois de obras de renovação… e antes de avançar para mais obras, depois do Verão. Este complexo turístico prevê estar totalmente de cara lavada em 2027.

«Concluímos uma renovação inicial, mas ainda não está terminada, na totalidade. Estamos a trabalhar a 75%, se não incluirmos o spa», afirmou Ivo Machado, diretor geral do Villa Termal das Caldas de Monchique Spa Resort, durante o evento de lançamento do Villa Termal Spa Hotel, realizado esta quarta-feira, 18 de Junho.

As obras nos 1º, 2º e 3º pisos estão concluídas após «uma reforma total». Uma empreitada de mais de 2 milhões de euros, cuja demora foi justificada pela falta de recursos humanos e também pela dificuldade logística de o edifício ter sido inicialmente construído para outro fim.

«Uma bola de neve», que fez com que a obra «demorasse mais de dois anos», classificou o responsável do resort, propriedade da empresa Behindhorizon, que assumiu recentemente a gestão dos três hotéis do complexo.

Entre paredes, janelas e sistemas elétrico e hidráulico, «tudo foi refeito, porque era muito antigo e precisava dessa reforma».

«O Villa Termal já foi um hospital. Estamos a reconstruir algo que tinha uma estrutura de base diferente. Se fosse um hotel, era mais fácil trabalhar em cima disso. Quando se trata de um edifício que não tinha como conceito inicial ser um hotel, reeducá-lo e transformá-lo agora em algo diferente, logisticamente, é um trabalho muito mais desafiador», disse Ivo Machado, que liderou uma visita guiada a todo o complexo.

Essa herança do antigo hospital é visível nos «corredores muito grandes, muito largos», mas o resort quis «manter a alma de Monchique e chegar a vários públicos», quer seja o cliente individual ou as famílias, afirmou Pedro Marques da Costa, diretor de operações da Unlock Boutique Hotels, empresa que já teve a seu cargo a gestão das três unidades, mas está agora apenas dedicada às vertentes comercial e de marketing.

O Villa Termal Spa Hotel conta, assim, com 16 quartos em cada um dos três primeiros pisos, num total de 48, embora, para já, só o 2º e 3º pisos estejam operacionais. Estão divididos em quatro tipologias – Classic, Charming, Prestige e Suite – e «têm a possibilidade de ser comunicantes», dando espaço à vocação familiar.

Ficará a faltar a renovação do 4º piso, onde serão construídas sete suites – totalizando 55 quartos em toda a unidade hoteleira.

Mas, apesar de reaberto para este Verão, o hotel ainda não está totalmente pronto. Vão avançar, a partir de Outubro, a requalificação de toda a fachada, a renovação da receção e a renovação do spa, uma das principais âncoras do resort, que, para já, sofreu apenas «uma maquilhagem».

«Foram 400 horas de trabalho dentro do spa para o ter minimamente pronto. Temos o circuito termal a funcionar, com spa, piscina, sauna, banhos turcos e massagens», informou o diretor geral do resort, que espera ter aquelas obras concluídas até ao Verão de 2026.

Contrariando uma ideia preconcebida, o único spa termal da região não é apenas procurado pelas pessoas mais velhas, «tem sido muito mais apelativo» para jovens, na faixa etária dos 18 aos 25 anos, o que surpreendeu Ivo Machado quando assumiu a gestão do complexo.

«O turista português vem para aqui, mas não vai para a praia. Se vai para a praia, não vem para aqui. Já o turista estrangeiro não se importa nem um pouco de fazer esses 20 quilómetros para ir à praia», comentou ainda, sobre o perfil dos clientes.

O Villa Termal está situado junto à fábrica da Água de Monchique e tem uma ligação à marca que pretende usar como mais-valia. «Queremos afirmar esta ligação e as capacidades termais da água. É que, dentro das torneiras do hotel, corre água de Monchique», salientou Pedro Marques da Costa.

«São 49 hectares, com 48 propriedades e oito nascentes de água de Monchique. É uma vila termal única no planeta, pela localização e pela água natural alcalina», destacou o diretor-geral, no cargo desde Março, sobre todo o Villa Termal das Caldas de Monchique Spa Resort.

O Villa Termal é a terceira unidade do resort alvo de renovação, depois do Central Monchique Hotel, dividido em quatro edifícios – «eu costumo dizer que o resort tem seis hotéis», brincou Ivo Machado –, e do Pure Monchique Hotel, numa operação que arrancou em 2019, após a compra do complexo pela empresa Behindhorizon.

As duas outras unidades hoteleiras do Villa Termal das Caldas de Monchique Spa Resort que já tinham sido renovadas também vão sofrer mais intervenções pontuais, em casas de banhos, quartos e áreas de lounge, nos próximos dois anos.

Ivo Machado, que voltou a Portugal, 25 anos depois de passagens profissionais em mais 10 países e em diferentes setores, estima que, em 2027, após a conclusão todas as obras previstas, o resort esteja de cara lavada em pleno, com 128 quartos disponíveis.

«Já gastámos muitos milhões de euros e ainda temos mais um par de milhões para gastar», declarou. Em 2019, projetava-se um investimento de 10 milhões de euros na recuperação do complexo.

Uma das principais dificuldades do resort tem sido o recrutamento de recursos humanos, que expõe, na realidade, um problema global de todo o setor, reforçado por o complexo estar longe dos centros urbanos.

Para minimizar a questão, cerca de duas dezenas dos quase 50 funcionários do resort «estão a residir em edifícios do complexo» das Caldas de Monchique.

Fotos: Edgar Pires