Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility
dengun

Ações de repovoamento com meros – uma espécie ameaçada – criados em cativeiro, na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão, correm muito melhor se os peixes tiverem um período de aclimatação em jaulas no mar, indica um estudo divulgado hoje.

O estudo mostrou que os meros (Epinephelus marginatus) aclimatizados no local de libertação, no sudoeste alentejano, ficaram mais tempo no local, pelo que o uso de jaulas pode ser «decisivo para melhorar a eficácia de projetos de restauro que envolvam ações de repovoamento».

De acordo com um comunicado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o estudo demonstrou que um período de aclimatização no ambiente natural «promove a fixação deste predador de topo nos locais de libertação e contribui para a conservação da espécie ameaçada».

vila do bispo

No âmbito da investigação foram libertados no Porto de Sines 15 meros adultos criados na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (IPMA/EPPO), previamente marcados com dispositivos eletrónicos para monitorizar os movimentos na área de libertação.

Oito deles foram expostos ao ambiente natural em jaulas de piscicultura durante cinco semanas e os outros foram libertados diretamente.

Dez meses depois, metade dos meros que passaram pela fase de aclimatização continuava no local e um ficou na zona por mais de dois anos. Os não aclimatizados «dispersaram rapidamente», segundo Ana Filipa Silva, primeira autora do estudo e investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) de Lisboa.

O mero é uma espécie ameaçada, com estatuto de conservação “Em Perigo” na Europa. Apesar de protegido em Áreas Marinhas Protegidas, como o Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a recuperação é demorada.

«O mero-legítimo está, para o meio marinho, como o lince-ibérico está para o meio terrestre». É um predador de topo e a sua presença é «indicadora de uma elevada qualidade ecológica do ecossistema aquático», diz, citado no comunicado, Bernardo Quintella, investigador do MARE de Lisboa e coordenador do estudo, que destaca que se os peixes permanecem nas áreas protegidas é maior a probabilidade de sucesso reprodutivo e de recuperação.

«Como a espécie tem um elevado valor para a pesca e para o mergulho recreativo, a sua recuperação também pode ser economicamente importante a nível regional», diz João Castro, investigador do MARE de Évora.

O trabalho, dizem os investigadores, demonstra que a aclimatização no mar promove a fixação dos peixes no habitat, com aplicação potencial a outras espécies de interesse ecológico e comercial.

O estudo foi liderado por investigadores do MARE da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Universidade de Évora, em colaboração com investigadores do Instituto Português do Mar e da Amosfera (IPMA). Foi publicado na revista “Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems”.

inframoura

Também poderá gostar

Sul Informação - Governo aprova investimento de 5,2 milhões na resiliência hídrica do Algarve

Ministra do Ambiente anuncia nova área marinha protegida do Banco de Gorringe, a SW do Algarve

Sul Informação - Equipamento para “medir” oceano fundeado ao largo de Sagres

Equipamento para “medir” oceano fundeado ao largo de Sagres

Sul Informação - Castro Verde atualizou o seu Plano Diretor Municipal que já tinha mais de 30 anos

Abertas candidaturas para Conservação da Natureza, Biodiversidade e Património Natural no Alentejo