Em Lagoa, quem tem mais de 45 anos – e alguns até mais novos – conhece a Dona Conceição. Foi professora primária, catequista, professora de Moral e Religião. Envolveu-se em muitos projetos da igreja e sociais, foi secretária da Assembleia de Freguesia, deu a mão a muita gente, trabalhando em prol da comunidade.
Agora, aos 91 anos feitos a 9 de Junho, a Dona Conceição dá também o seu nome à Escola Básica de Lagoa, onde, durante quase 40 anos, deu aulas, numa iniciativa da União de Freguesias e da Câmara Municipal lagoense.
A homenagem, com a presença da própria, contou com largas dezenas de pessoas, muitas delas antigas alunas da Dona Conceição. Também lá estiveram algumas das professoras que foram suas colegas na então Escola Primária de Lagoa – a Dona Jaqueline, a Dona Dilar, a Dona Graciete, a Dona Sancho e a Dona Isabel. E ainda uma representante do Instituto Português do Desporto e Juventude, entre outros convidados, autarcas locais, familiares, amigos, muitos amigos.
Na cerimónia, que teve lugar junto à entrada da escola, Luís Encarnação, presidente da Câmara de Lagoa, salientou que «só faz sentido homenagear as pessoas enquanto elas estão entre nós». E, por isso, agradeceu à Dona Conceição, «em nome de todos nós, por tudo o que fez nesta terra, por todos os que ajudou a tornar melhores homens e mulheres».
Dar o nome da antiga professora é, sublinhou, «uma forma de perpetuar um legado de quase 40 anos de serviço à causa pública, de dedicação ao ensino e à formação cívica de várias gerações de lagoenses».

Joaquim João Paulo, presidente da União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, começou por recordar ter sido – com a sua mulher Alice – aluno de Dona Conceição na catequese. E salientou o facto de ela ser «uma mulher sempre focada no sentido positivo da vida».
José Teixeira, sub-diretor do Agrupamento de Escolas Padre António Martins de Oliveira, por seu lado, disse estar «muito feliz por ver o nome de uma professora como nome desta escola».
Voltando-se para a homenageada, garantiu que «a porta está sempre aberta e é uma honra recebê-la».
Seguiram-se testemunhos de duas das suas muitas – e muitos – afilhadas: primeiro Cristina Paias, que, muito emocionada, destacou o «grande exemplo de elegância, sabedoria e resiliência» da antiga professora, depois Anabela Costa, que também foi sua aluna, que lhe agradeceu por «ter feito da escola um espaço onde eu me sentia bem».
A Dona Conceição, recordou, era «uma pessoa sempre com tempo para parar e ouvir os outros», o que fez a diferença na vida de muitos lagoenses.

Quando chegou a vez de a própria homenageada falar, esta, emocionada, sublinhou que «tudo aquilo que eu sou é fruto da mãe e do pai que tive».
E realçou o seu amor pela terra, pelos alunos e pelo ensino, deixando palavras de estímulo às gerações futuras.
A homenagem incluiu o descerramento do novo nome do estabelecimento de ensino, junto à sua entrada principal: Escola Básica Professora Conceição dos Santos.
Por baixo, foi também desvendado o colorido mural pintado pelo artista lagoense Stephen Jones, mais conhecido no mundo da arte urbana por Huariu, com uma reinterpretação do rosto da antiga professora.
Pelo meio, houve ainda tempo para que um grupo de alegres alunos do 1º e 2º anos cantassem uma canção com letra alusiva ao momento e para que outro grupo de alunos, estes do 3º e 4º anos, lessem um poema da autoria da professora Josefina Graça, que fazia alusão ao «giz nas mãos/amor no olhar» que caracterizavam a docente homenageada.
Ao longo da cerimónia, apesar do calor a apertar, foram muitos os que quiseram cumprimentar a Dona Conceição ou oferecer-lhe um ramo de flores. A todos, ela respondeu com um sorriso e algumas palavras, recordando os nomes, mesmo de alguns dos seus alunos mais antigos.
Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação







As antigas colegas também estiveram presentes

A descerrar o novo nome da escola






Luís Encarnação

Joaquim João Paulo

José Teixeira

Cristina Paias

Anabela Costa







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