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Terras sem Sombra ruma a Castelo de Vide com música, artesanato e gastronomia das Filipinas

Celebrando o diálogo, o encontro e a interculturalidade, o Festival Terras sem Sombra apresenta-se em Castelo de Vide, com uma programação de três dias, de 6 a 8 de Junho, que inclui o habitual concerto, visita ao património, atividade sobre a biodiversidade e até…um Mercado Filipino com mais música, artesanato e gastronomia.

É que a República das Filipinas, este ano o país convidado do festival, elegeu o concelho de Castelo de Vide como palco em Portugal para a comemoração, a 6 de Junho, do seu Dia da Independência.

A noite de sábado, dia 7, oferece o palco a dezenas de intérpretes de um dos mais notáveis coros da atualidade, ao nível mundial: The Philippine Madrigal Singers.

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A programação do Terras sem Sombra para o fim de semana castelo-vidense inclui ainda a visita guiada a um espaço de memória e homenagem ao médico e cientista do século XVI, Garcia de Orta, e um périplo pela natureza, ao encontro da riqueza botânica da Serra de São Mamede.

Nesta apresentação em Castelo de Vide, o festival conta com a parceria do município local e da embaixada da República das Filipinas em Portugal.

A organização salienta ainda «o regresso, em 2025-26, ao apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes, obtido mediante concurso público».

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A desenhar as ruas de Castelo de Vide – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação


Um Festival de «valor inquestionável para a coesão territorial»

Antecedendo estes dias de música, cultura e salvaguarda da biodiversidade, a Casa do Alentejo, em Lisboa, acolheu, a 23 de Maio, uma apresentação do programa do Festival Terras sem Sombra (TSS) no território norte alentejano.

Oportunidade para António Pita, autarca de Castelo de Vide, destacar a «ligação de cinco anos entre o município e o Festival Terras sem Sombra, uma iniciativa que tem contribuído para o crescimento cultural do concelho». E acrescentou: «este é um Festival de valor inquestionável no que toca à coesão territorial».

Paul Raymund P. Cortes, embaixador da República das Filipinas em Portugal, endereçou o convite a «todos os que se quiserem juntar às celebrações do Dia da Independência das Filipinas em Portugal. Em terras lusas, será a primeira vez que as Filipinas levarão a sua cultura a outros territórios que não Lisboa».

Por seu turno, José António Falcão, diretor-geral do TSS, sublinhou o «momento único a criar pontes entre duas culturas, a portuguesa e a filipina, numa das mais fantásticas vilas do nosso país». 

O também historiador de arte destacou um dos pontos altos do fim-de-semana, o concerto na noite de 7 de Junho, entregue às vozes magistrais de The Philippine Madrigal Singers.

A tradição do canto coral nas Filipinas é profundamente enraizada na herança cultural e religiosa do país. Os coros filipinos destacam-se pela combinação de disciplina técnica, expressividade e riqueza vocal, sendo reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade artística.

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Uma noite que fará história em Castelo de Vide

A 7 de Junho (21h30), a igreja matriz​ de Castelo de Vide abre as portas ao concerto «À Volta do Globo: Música Para os Novos Tempos».

Fundado em 1963 pela professora Andrea O. Veneracion (Artista Nacional para a Música, 1999), e atualmente dirigido por Mark Anthony Carpio, os The Philippine Madrigal Singers são reconhecidos pela UNESCO como Artists for Peace.

O agrupamento conta com distinções como o European Grand Prix for Choral Singing (recebido em dois anos, 1997 e 2007) — um feito inédito.

Foi também o primeiro coro asiático a receber o BrandLaureate Première Award (2012).

Mark Anthony Carpio, diretor musical, pianista e contratenor, elevou o grupo a novos níveis de excelência.

Sob a sua liderança, venceu competições internacionais de prestígio, como o Florilège Vocal de Tours (2006), o European Grand Prix for Choral Singing (2007) e, em 2017, o Concorso Polifonico de Arezzo.

O professor Carpio integra a Universidade das Filipinas e atua regularmente como jurado em concursos corais internacionais.

Do repertório da noite de sábado, há a destacar o eclectismo, no cruzamento da música sacra contemporânea, das tradições populares filipinas e de expressões culturais de várias regiões da Ásia com as vanguardas europeias.

Trata-se de um alinhamento musical que reúne composições de forte identidade nacional com arranjos corais de canções promotoras do diálogo entre herança e inovação.

Dos compositores homenageados no concerto, importa salientar Gianpaolo Eleria, Eudenice Palaruan, Ryan Cayabyab e Levi Celerio.

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De «Garcia de Orta no seu Museu» à exploração botânica da Serra de São Mamede

No programa preparado com toda a minúcia pelo TSS para Castelo de Vide, salienta-se a visita ao património, no sábado, 7 de Junho (15h00), subordinada ao tema «”Não Hei-de Dizer Senão a Verdade”: Garcia de Orta no seu Museu».

Com ponto de encontro nesta instituição, a atividade conta com a participação de Teresa Nobre de Carvalho, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O Centro de Interpretação Garcia d’Orta, instalado nas antigas Termas de Castelo de Vide — edifício projetado por Ernesto e Camilo Korrodi em 1942 —, evoca um vulto nacional, cristão-novo, nascido na vila e figura maior do Renascimento português.

Médico, naturalista e humanista, destacou-se pela sua leitura empírica da História Natural e pela valorização da observação directa.

Após exercer medicina em Portugal, partiu para a Índia, onde produziu a obra-prima Colóquios dos Simples e Drogas da Índia (1563).

A manhã de domingo, 8 de Junho (9h30), será preenchida com a visita sob o tema «Entre a Medicina e a Gastronomia: Plantas Terapêuticas e Aromáticas da Serra de São Mamede».

Com ponto de encontro no Jardim Grande (Parque João José da Luz)​​, a atividade tem como orientador o biólogo João Farminhão, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

A botânica da Serra de São Mamede constitui um tesouro que alia biodiversidade, saber tradicional e potencial científico.

Nesta região de transição entre o Alentejo e as Beiras, onde o relevo montanhoso e o microclima mais húmido criam condições únicas, florescem espécies como o rosmaninho (Lavandula stoechas), o alecrim (Rosmarinus officinalis), a erva-cidreira (Melissa officinalis) e a perpétua-das-areias (Helichrysum stoechas).

Há muito usadas na medicina popular – em infusões, unguentos e defumações –, estas plantas encerram compostos com propriedades anti-inflamatórias, anti-sépticas e sedativas, sendo hoje objeto de investigação científica e valorização económica.

Em paralelo às actividades do TSS na vila do norte alentejano, decorre um programa de cariz cultural promovido pela Embaixada da República das Filipinas e que inclui o «mercadinho filipino e local», com mostra e prova da gastronomia filipina, animação musical e jogos tradicionais. Um encontro de 6 a 8 de Junho, no Jardim Grande, Parque João José da Luz.

Toda a programação da presente temporada pode ser consultada no site do Festival Terras sem Sombra. As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.

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