Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility
banner de topo alcoutim

“Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé” é o nome da nova cátedra que vai ser criada na Universidade de Lisboa e cujo protocolo de criação foi assinado esta sexta-feira, 23 de Maio.

A Câmara de Loulé junta-se à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, à FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e à Bondstone, empresa especializada em projetos imobiliários sustentáveis, para criar esta Cátedra que pretende contribuir, de forma decisiva, para aumentar o conhecimento e sustentabilidade do património ambiental dos habitats subterrâneos nacionais.

Terá especial enfoque no Barrocal algarvio, uma zona de elevado valor ecológico e estratégico para a resiliência climática e hídrica do país.

sessões de cinema de inverno

A Gruta de Loulé, considerado um hotspot cavernícola de classe mundial, está na génese desta disciplina que irá funcionar no campus de Ciências da Universidade de Lisboa, no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, e inclui um plano de trabalhos a cinco anos (2025-2030).

O trabalho a desenvolver no âmbito desta Cátedra propõe diversas componentes de estudo que visam preencher lacunas existentes no panorama nacional, e que contribuirão também para a salvaguarda destes ecossistemas.

Assim, a Cátedra está estruturada em três eixos principais. No domínio científico, pretende-se aprofundar o conhecimento sobre os ecossistemas subterrâneos, através da identificação, caracterização e avaliação da biodiversidade endémica presente no subsolo, contribuindo para a compreensão do impacto das atividades humanas nestes habitats sensíveis. 

No campo da Educação, a Cátedra promoverá o desenvolvimento de estágios curriculares, dissertações de mestrado, teses de doutoramento e outras iniciativas que permitirão aumentar a literacia científica. 

Já no eixo da Conservação da Natureza, permitirá desenvolver uma estratégia nacional de políticas públicas ambientais para a conservação dos ecossistemas subterrâneos, baseada num sólido conhecimento científico, com medidas concretas que potenciem a resiliência ecológica e a valorização do território. 

A criação desta Cátedra constitui um projeto de investigação de excelência, contando com a participação ativa de investigadores, estudantes e comunidades locais, promovendo a literacia ambiental e o envolvimento da sociedade civil na proteção dos ecossistemas mais desconhecidos e sensíveis do planeta.

A criação desta Cátedra teve um financiamento de 370 mil euros, verba dividida em partes iguais, pelo Município de Loulé e pela Bondstone.

«Esta iniciativa é o reconhecimento do valor do património natural do nosso concelho, que permitirá não só a sua valorização e divulgação, mas também a produção de conhecimento ao nível da biodiversidade cavernícola, uma parte do capital natural que presta serviços às comunidades humanas que ainda conhecemos mal», diz Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.

«O Município de Loulé, profundamente implicado há mais de uma década nas questões que respeitam ao ambiente e ação climática, teria naturalmente de associar-se a este projeto pois estamos aqui a dar mais um passo para a salvaguarda e recuperação dos habitats e da sua biodiversidade», acrescenta.

Ana Sofia Reboleira, investigadora da Faculdade de Ciências, frisou o facto de, com esta iniciativa, se pretende contribuir, de forma decisiva, para aumentar o conhecimento e a sustentabilidade do património ambiental destes habitats subterrâneos nacionais, com especial enfoque na zona do Barrocal algarvio e da zona de Loulé que, no Algarve, «é aquela que tem maior concentração em número deste tipo de habitats».

Em Maio de 2024, arrancou o projeto “Barrocal-Cave”, com vista à conservação, monitorização e restauro da Gruta de Loulé, liderada pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Passado um ano, esta bióloga que tem estado à frente dos trabalhos, fez o balanço das atividades e resultados deste primeiro ano do projeto, num território onde estão «as espécies mais desprotegidas e mais raras do nosso Planeta, animais negligenciados das políticas de proteção da Natureza».

«É debaixo de terra que temos 97% das reservas estratégicas de água e são estes animais que limpam e garantem que tenhamos água de qualidade para beber ou para a agricultura», explicou. Neste contexto, a Gruta de Loulé, é considerada um hotspot da biodiversidade cavernícola de importância mundial já que aqui encontram-se mais de 25 espécies adaptadas à vida nas cavernas.

Durante o ano, não obstante as dificuldades dos investigadores em aceder ao interior da gruta, foram recolhidos dados relativos à atmosfera, compostos orgânicos voláteis, radão (um gás radioativo) ou dióxido de carbono. Mas a ideia é instalar aqui a primeira estação ecológica de longo termo (LTER), uma infraestrutura que irá monitorizar o interior da gruta em contínuo, permitindo aceder aos dados em tempo real, a partir do labora tório.

Ainda no âmbito deste projeto, a equipa da Faculdade de Ciências está a dar apoio técnico ao Município de Loulé para a classificação desta gruta como Monumento Natural, prevendo-se que esta venha a ser a primeira reserva de fauna cavernícola em Portugal.

vila do bispo

Também poderá gostar

servico cardiologia chua hospital faro (13)

Centro de Saúde de Almancil passa a ter consultas descentralizadas de cardiologia

Centro de saúde universitário de Loulé

Centro de Saúde Universitário de Loulé vai ser inaugurado a 31 de Maio

Semana do Clima

Loulé promove mais uma edição da Semana do Clima