A Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP esteve reunida esta sexta-feira, 23 de Maio, chegando à conclusão de que os resultados das Eleições Legislativas foram a «expressão de um profundo descontentamento» dos algarvios.
«Os resultados obtidos pela CDU nas eleições legislativas antecipadas de 18 de Maio – de 180 mil votos, 3,03% e 3 deputados eleitos, no plano nacional e com 6 170 votos, 2,68% sem conseguir eleger, no plano regional – são em si um resultado negativo», diz o PCP, em comunicado.
Ainda assim, os comunistas consideram que «não refletem nem a expressão de apoio e o reconhecimento sentido na campanha (e mesmo antes dela), nem o que a situação do Algarve e do país exigia».
Quanto aos resultados gerais regionais – com o Chega a ter 33,90% a eleger quatro deputados, a AD a ter 25,74% a eleger três deputados e a IL a ter 4,36% sem eleger – «refletem um reforço das forças reaccionárias em relação às últimas eleições de 2024 (são mais 9% da votação total e mais 1 deputado)».
«O PS com 20,51% e uma das suas mais baixas votações na região elegeu dois deputados. O Livre sobe de votação mas longe de eleger e o BE perde significativa expressão eleitoral».
Estes resultados são, na visão do PCP, uma «expressão de um profundo descontentamento que os algarvios sentem, que é resultado da ausência de soluções aos muitos e graves problemas sociais e económicos que assolam a região».
«Os baixos salários e pensões, o elevado grau de exploração e o ataque a direitos dos trabalhadores, a situação da habitação, as dificuldades dos serviços públicos em particular na saúde, o fraco investimento público regional, as debilidades e a ausência de perspectivas dos setores produtivos e económicos, as dificuldades nos transportes públicos e na mobilidade regional, são entre outras, questões que pioraram nos últimos anos, com situações a arrastarem-se durante décadas», argumentam».
«A realização de eleições não apaga ou faz desaparecer a dura realidade da situação social e económica e o seu resultado também não afasta, muito pelo contrário, a necessidade de uma outra política, um outro rumo para o Algarve», conclui.