Glamping, tendas pré-montadas, alvéolos e free camping, arborismo e até cinema ao ar livre: depois de um ano encerrado para obras, o Parque de Campismo da Ilha de Tavira vai reabrir ao público já no próximo mês, a 1 de Junho, com um conceito renovado e mais condições.
Jeniffer e Martim Eça Leal, detentores de uma empresa do ramo imobiliário sediada no Algarve, nunca tinham pensado investir num Parque de Campismo, mas, quando tiveram conhecimento do concurso lançado pela Câmara de Tavira para entregar a gestão a privados começaram a idealizar um projeto.
«O parque estava meio ao abandono e havia muitas queixas de falta de condições: o nosso objetivo foi trazer algo novo e melhorar o já existente. O glamping está a ter uma grande adesão e aqui, mesmo ao pé da praia, achámos que ia funcionar, por isso decidimos abraçar esse conceito», explica Jeniffer Eça Leal, atual gestora do parque, em entrevista ao Sul Informação.
Em Maio de 2024, quando venceram o concurso e ficaram com a concessão, Jeniffer e o marido foram aconselhados pela autarquia de Tavira a fazer as obras de forma faseada, para que o parque pudesse estar aberto nesse Verão, mas, «como a ideia era mudar o conceito e havia muita coisa a tratar», acharam que o melhor era fazer todas as obras e só depois reabrir. Agora, afinam-se os últimos pormenores para a grande inauguração do Orla eco-glamping.
«Água, esgotos, eletricidade, internet (…) teve de ser tudo mexido e, pela primeira vez, temos internet em fibra na ilha. Além disso, vamos utilizar energias renováveis no aquecimento de todas as águas do parque, através de bombas de calor, e toda a eletricidade é também de energias renováveis», frisa Martim Eça Leal.
Impedidos de fazer novas construções, devido à sua localização ambientalmente protegida, no seio do Parque Natural da Ria Formosa, os novos gestores puderam apenas renovar o já existente e «crescer com estruturas movíveis».

«Os glampings, a sala de jogo que aqui vemos, tudo o que é novo é feito em madeira e com materiais próprios. Retirámos também todo o amianto que ainda existia e temos aqui um parque complemente novo», diz Martim Eça Leal, acrescentando que o investimento ronda os 3 milhões de euros.
Além disso, o parque disponibilizará uma nova zona de restauração e supermercado, operados pelo dono do restaurante Come na Gaveta, um dos mais cobiçados da cidade de Tavira.
Para quem procura outro tipo de atividades, os gestores fizeram também uma parceria com a empresa SUP Adventours, que disponibilizará ioga na prancha de SUP, caiaque, zumba aquático, entre outras.
Este ano, o campismo funcionará entre Junho e Outubro, mas, dependendo da procura, será estudada a possibilidade de abertura também no Inverno.
«Este vai ser um ano de teste. Para o ano, queremos abrir mais cedo e estudar a possibilidade de fechar mais tarde, até porque estas tendas de glamping o permitem e já muita gente nos perguntou se há essa possibilidade», diz Jeniffer.

Apesar do ano atípico de muita chuva, o Algarve é conhecido por ser uma região com muito sol, durante todo o ano, o que atrai principalmente os turistas estrangeiros.
A partir de Março, já chegam à Ilha de Tavira barcos cheios de visitantes que querem aproveitar o bom tempo e os restaurantes, ros quais, no ano passado, foram prejudicados pelo encerramento do parque.
Manuel Dias, dono do “Água viva” há 30 anos, não podia estar mais satisfeito com a reabertura.
«O ano passado foi complicado porque o campismo movimenta a ilha, claro, mas acho que eles fizeram bem em fechar para obras. Aquilo não estava em condições e agora temos ali uma coisa muito boa», comenta com o nosso jornal.
«Aqui na ilha já somos todos amigos, eles têm acompanhado as mudanças no parque e a nossa relação tem sido sempre boa», garante Jeniffer.

Com o objetivo de ter «um parque para todos», o novo conceito não interfere com quem queira continuar a fazer campismo de forma livre, trazendo as suas tendas. A única diferença é que deixará de ser possível manter uma tenda no parque durante todo o Verão.
«Todas as tendas montadas no parque têm de ter um responsável presente», explica a nova gestão, acrescentando que o campismo livre dá, aproximadamente, para 1300/1400 pessoas.
Os glampings (de tipologia T1, que dá para três pessoas, e T2, para cinco) são 26 e as tendas pré-montadas (com capacidade para 2, 3 ou 4 pessoas) 42.
Os preços variam consoante a altura do ano, mas, no mês de abertura, começam nos 90 euros, para os gamplings, e nos 50, para as tendas pré-montadas.
O preço do campismo livre começa nos 8 euros por tenda. Além disso, cada ocupante paga um extra (8 euros os adultos e 5 as crianças).
Os residentes do concelho de Tavira têm 50% de desconto nesta modalidade.
«Nós queremos que as pessoas venham e estamos confiantes de que vão gostar muito das mudanças. Queremos dar uma nova vida à ilha», remata Jeniffer.
O Sul Informação tentou falar com a presidente da Câmara de Tavira sobre a reabertura do parque, mas até à data de publicação deste artigo não obteve qualquer resposta.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
































Obrigado por fazer parte desta missão!
Este conceito de Glamping (tendas assentes em plataformas de madeira suportadas por estacas) foi rejeitado em Porto Covo pela Camarada de Sines e Parque Natural. Mais uma vez temos um País a duas velocidade e com pareceres diferentes para os mesmos assuntos