129 empresas do concelho de Loulé foram esta terça-feira, 27 de Maio, distinguidas com os “selos” PME Excelência e PME Líder no arranque das cerimónias da Semana do Município.
Hotelaria e turismo, restauração, construção civil, imobiliário, serviços ou saúde, são alguns dos setores com maior representatividade nas empresas distinguidas (65 PME Excelência e 64 PME Líder).
De acordo com a autarquia louletana, estes “selos” distinguem as PME «com desempenho superior e solidez financeira, promovendo o reconhecimento das empresas no mercado e facilitando o acesso a financiamento e outras oportunidades».
No caso das “Líder”, a distinção visa «reforçar o prestígio e facilitar a relação com fornecedores, clientes, bancos e autoridades.
Estas empresas têm acesso a «condições especiais» em produtos financeiros, a uma rede de serviços e a benefícios específicos para a sua relação com a banca e outras instituições.
Em relação às “Excelência”, trata-se de um selo «mais seletivo», atribuído às PME Líder que se destacam pelos melhores desempenhos económico-financeiros e pelas suas estratégias de crescimento e inovação.
As PME Excelência podem, por exemplo, ter acesso a uma plataforma de promoção nacional e internacional, reconhecendo o seu mérito e contributo para a economia portuguesa.
A concessão deste estatuto é normalmente automática para as PME Líder que atingem os melhores indicadores.

No caso do tecido empresarial do concelho de Loulé, a atividade turística é uma das áreas com maior peso e, nesse sentido, o vice-presidente do IAPMEI, Nuno Gonçalves, alertou os empresários para um contexto atual «especialmente complicado do ponto de vista geopolítico dominado pela incerteza» que poderá impactar no setor.
«Devem continuar a trilhar o caminho que têm feito até aqui, fortalecer o balanço, olhar para as contas sólidas, com bons níveis de capitais próprios», alertou.
Por outro lado, este responsável reforçou a importância, cada vez maior, da sustentabilidade no setor empresarial, sendo também esta «condição fundamental» para captar «mercados mais sofisticados» no contexto do turismo do Algarve.
«Somos responsáveis não só por servir bem o cliente, mas também pelo meio ambiente, perante a sociedade e a economia regional e local. Não basta fazer, é preciso mostrar que se faz e isso significa termos certificações nesta temática», notou, referindo-se ao trabalho que tem sido realizado para certificar as empresas com o selo de sustentabilidade.
Também nas áreas da inovação, digitalização e internacionalização, Nuno Gonçalves acredita ser determinante o posicionamento das empresas.
«Não há sustentabilidade sem eficiência digital e tecnológica. Sabemos que hoje, mesmo uma microempresa, pode entrar no campeonato da internacionalização através do comércio digital», explicou.
É também alinhados com estas temáticas que existem programas de incentivos integrados no “Portugal 2030”, como adiantou Nuno Gonçalves.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, destacou «o empenho da Câmara e dos poderes públicos para que a atividade económica possa acontecer da melhor forma» neste território. Exemplo desse trabalho é «a aposta na segurança e sustentabilidade do território, duas áreas que são, cada vez mais importantes para a escolha de um destino turístico».
O autarca dá como exemplo as iniciativas a acontecer que são muito valorizadas pelos turistas, como é o caso do Green Key, programa da Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE) que distingue as unidades hoteleiras que valorizam a gestão ambiental e as práticas sustentáveis.
Ao nível da digitalização e na modernização do comércio e serviços, o Município tem em desenvolvimento os Bairros Digitais em Quarteira e Loulé, cada um deles com um investimento de 1 milhão de euros.
O autarca destacou ainda a digitalização do interior, projeto praticamente concluído que poderá trazer «uma grande oportunidade para o investimento dos empresários».
«O interior começa cada vez mais a atrair a atenção de um outro tipo de turistas, que ganha cada vez mais peso na geração de riqueza do nosso concelho. É uma economia mais de raiz local, de circuitos curtos, onde se consome o que é produzido localmente e de empresas de pequena escala. É uma economia que desponta e que vai ganhar muita importância no futuro», assegurou.
Vitor Aleixo terminou o seu discurso salientando a importância da imigração para a atividade económica.
«Sem imigração a nossa economia teria muitas dificuldades em funcionar, sobretudo na perspetiva do seu crescimento. É o recurso da atividade económica do nosso país. É bom que tenhamos consciência que tem que haver aqui um diálogo. Precisamos de imigrantes, mas de imigrantes com condições de vida», frisou.





