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A eletrificação da ferrovia entre Faro e Vila Real de Santo António já foi concluída, a linha «já está em tensão» e já se entrou numa fase de certificação da instalação, revelou ao Sul Informação Álvaro Costa, um dos elementos da equipa da Infraestruturas de Portugal que está a acompanhar esta empreitada, no terreno.

Esta obra está «cerca de três meses» mais adiantada que a de eletrificação da linha entre Tunes e Lagos, que também começou mais tarde e que se estima que esteja concluída no final do segundo trimestre deste ano, ou seja, no fim de Junho.

A eletrificação da Linha do Algarve, no Sotavento, será dada como concluída a partir do momento em que a fase de certificação acabe, mas a entrada em operação de composições elétricas no troço entre a capital da região e VRSA «irá depender da CP».

inframoura

A empreitada, lançada em Novembro de 2021, tinha um prazo de execução de 23 meses – estimava-se que terminasse no 3º trimestre de 2023 -, mas acabou por demorar muito mais tempo do que o inicialmente previsto – e do que foi sendo entretanto anunciado.

«Os grandes desafios que aqui enfrentámos tiveram a ver com tudo o que foi o trabalho enterrado: a execução de maciços e dos caminhos de cabos, que é aí que aparecem as maiores dificuldades. Isso aconteceu na fase inicial e até meio da obra. Terá sido essa a fase com mais incógnitas e variáveis. Depois, tudo o que é à superfície, já é mais controlável», explicou Álvaro Costa, durante uma visita às obras de eletrificação da linha, solicitada pelo Sul Informação.

Outra condicionante foi o facto de a obra ter sido, «essencialmente, executada durante a noite, para não criar uma quebra na oferta comercial».

A empresa contratada e a IP também se têm vindo a deparar com outro desafio, que causou perturbações no andamento da empreitada, é a dos furtos de material, nomeadamente de cablagem já instalada.

«Além de levarem o material, muitas vezes estes furtos danificam as infraestruturas de suporte» dos cabos, o que causa ainda maiores transtornos.

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Foto: Infraestruturas de Portugal

Certo é que, nos últimos três anos, foram colocados, entre Faro e VRSA, 550 postes de catenária e intervencionadas duas passagens superiores, uma das quais, o pontão sobre a linha férrea que existe na rua 18 de Junho, em Olhão, foi totalmente removida e reconstruída de raiz.

No outro caso, a Passagem Superior existente entre o empreendimento de Pedras D’El Rei e a EN 125, em Tavira, a opção foi pelo rebaixamento da via «numa extensão de aproximadamente 250 metros, envolvendo trabalhos de terraplenagem, reperfilamento de taludes e instalação de um sistema de drenagem longitudinal adequado», por forma a suprir a insuficiência de altura para instalação da infraestrutura fixa de tração elétrica.

Ainda no tocante a Passagens Superiores, foi levado a cabo o «alteamento dos encontros dos tabuleiros exteriores (…) que suportam condutas adutoras da Águas do Algarve e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve», em Castro Marim, na estrada que liga a EN125», para permitir a instalação de cabos.

O rol de ações realizadas está longe de ficar por aqui e incluiu ainda a instalação de um sistema de Retorno de Corrente de Tração e Terras de Proteção, a construção da nova Zona Neutra de Loulé (ZN de Loulé), a instalação ao longo de todo o troço de «uma nova infraestrutura de suporte aos sistemas de Sinalização e Telecomunicações».

Também se procedeu à estabilização de taludes, a intervenções nos taludes «com falta de espaço nos passeios de via, para permitir a colocação de maciços de catenária» e a intervenções ao nível das drenagens.

Houve ainda intervenções «nos edifícios das estações e apeadeiros, nomeadamente, as necessárias e decorrentes da instalação da infraestrutura fixa de tração elétrica, como por exemplo, a ligação à terra dos elementos metálicos, a adaptação e construção de salas de telecomunicações, preparação da infraestrutura para instalação de sistemas de áudio-informação e substituição das colunas de iluminação das plataformas de passageiros».

Com a conclusão desta empreitada, passa a ser possível utilizar comboios elétricos entre Tunes e VRSA, incluindo o Alfa Pendular, como revelou no lançamento da obra um alto responsável da IP.

Na altura, também se admitia que os Intercidades para Lisboa pudessem também começar e terminar a sua marcha em VRSA, mas tal «não é possível, para já», devido à restrição de carga da ponte de Tavira.

Sul Informação

Foto: Infraestruturas de Portugal

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  • Com a electrificação completa da linha ferrea até VRSA, valia a pena voltar a equacionar o projecto de uma espécie de metro de superfície, numa primeira fase entre Faro e VRSA. São perto de 1 milhão e meio os passageiros por ano que. apesar do mau funcionamento dos comboios actuais, fazem essa viagem. E com essa melhoiria do tipo metro de superfície muitos mais deixariam a rodovia,. bem como turistas para quem a viagem sempre perto da Ria Formosa é um atractivo. Não haverá empenho dos Municípios beneficiados por este serviço, para agarrarem essa opção? Numa segunda fase poderia penar-se na mesma solução para Barlavento…

  • jf-quarteira
    emarp

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