Portimão é uma das «capitais mundiais» da ginástica rítmica graças à sua Taça do Mundo, cuja 12ª edição decorre entre sexta-feira e domingo, dias 9 a 11 de Maio, com uma centena de atletas de quase 30 países. Uma base que dá confiança à federação para propor a cidade algarvia à organização de um Campeonato da Europa de «uma disciplina olímpica», em 2026.

«Está nos nossos planos. Não sabemos se será na rítmica, mas será numa disciplina concreta da ginástica – vamos tentar trazer para cá um Campeonato da Europa em 2026», revelou Luís Arrais, presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), esta quinta-feira, à margem da apresentação da Taça do Mundo.

Sem adiantar muitos pormenores sobre a matéria, o dirigente revelou, porém, que será uma competição continental «de uma disciplina olímpica» e acrescentou ainda que a federação está «em conversações com a European Gymnastics [União Europeia de Ginástica] e com a Câmara de Portimão».

«Estamos a tratar desse processo, a ver todas as condicionantes e as coisas boas» que o Portimão Arena tem, afirmou Luís Arrais. «Depois temos de nos candidatar e esperar pela resposta», prosseguiu, remetendo «mais novidades» para o final do mês de Junho.

Além do pavilhão, destaca o dirigente, a favor de Portimão estão também o histórico de quase 40 anos de ligação à modalidade – o Torneio Internacional de Ginástica Rítmica, que se realiza sempre uma semana antes da Taça do Mundo, remonta a 1987 – e a qualidade da organização local.

«Portimão já se tornou uma referência na disciplina. É uma das capitais mundiais da rítmica, por diversas razões. Pela consistência de termos provas de rítmica há mais de 30 anos, pela qualidade da organização e pela qualidade dos espaços. Esta arena é um espaço fantástico. Temos percorrido todo o mundo e este é um dos melhores espaços que existem para a ginástica, concretamente a rítmica», assinalou Luís Arrais.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Portimão, Teresa Mendes, disse que a possibilidade de a cidade receber uma grande competição continental de ginástica no próximo ano «ainda está em estudo» e que ainda não se sabe «qual seria o valor de investimento necessário».

Mas a receção de grandes competições internacionais é um dos objetivos da autarquia, ressalvou, especialmente em época baixa, aproveitando a grande capacidade hoteleira do concelho e a capacidade de atração do Portimão Arena.

«Este pavilhão, quando as modalidades vêm, depois querem ter continuidade. Aconteceu com o judo, o karaté, o futsal, o basquetebol. (…) Faz parte dos nossos objetivos ter Portimão como um destino do desporto e do turismo desportivo», referiu Teresa Mendes.

Sobre a Taça do Mundo de ginástica rítmica, a autarca salientou que «já faz parte do ADN de Portimão». «Um ano em que isto não aconteça, falta-nos qualquer coisa. É um palco de beleza, perfeição, elegância. Temos ginastas dos cinco continentes. É um espetáculo único.»

Em 2025, a prova contará com 95 ginastas de 28 países, divididos por 48 ginastas individuais e mais oito conjuntos.

Portugal será representado por Rita Araújo, de 21 anos, e Joana Pinheiro, de 18 anos, ambas já com muitas presenças na Taça do Mundo de Portimão.

«Espero fazer exercícios limpos, com garra e com expressão. É sempre bom estar em casa, receber este apoio e carinho das pessoas. É bastante diferente de uma Taça do Mundo noutro país», sublinhou Rita Araújo.

Para Joana Pinheiro, «é sempre bom estar em casa». «É uma competição grande, com as melhores ginastas do mundo, e ter o apoio dos portugueses, dos nossos pais, das nossas famílias, das nossas colegas de clube, é um ambiente mais confortável. Gosto muito desta competição. Espero ser consistente, conseguir fazer exercícios limpos e gostava muito de ir às finais», confessou.

As duas ginastas portuguesas visam a única vaga lusa de apuramento para o Europeu de Tallinn, na Estónia, já daqui a um mês, entre 4 e 8 de Junho, mas Joana Pinheiro já tem, por outro lado, presença confirmada nos Jogos Mundiais Universitários de Rhine-Ruhr, na Alemanha, em Julho.

Entre a elite mundial presente em Portimão, destacam-se Alina Harnasko, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020; Bárbara Domingues, primeira brasileira finalista no “all-around” olímpico; Anastasiia Salos, recentemente medalhada na Taça do Mundo em Baku; e a jovem promessa norte-americana Rin Keys.

«É a minha primeira competição do ano, depois dos Jogos Olímpicos. Estou há muitos meses longe da quadra. As nossas expetativas são as melhores, é a minha terceira vez em Portimão. Sinto-me em casa, praticamente», disse Bárbara Domingues, que a longo prazo afirma pensar em Los Angeles’2028.

Luís Arrais sustentou que o nível da ginastica rítmica portuguesa «é interessante», mas que o objetivo passa por «aumentar ainda mais», de forma a voltar a ter representação olímpica.

«O importante é continuar a trabalhar para que, de facto, rapidamente, se não for em 2028 – que espero que seja –, que em 2032 seja uma certeza estarmos nos Jogos Olímpicos», finalizou.

Veja aqui o programa completo do evento até domingo no Portimão Arena, com entrada livre.