Dois militares da Guarda Nacional Republicana, de 23 e 25 anos, do concelho de Tavira, foram detidos esta quarta-feira pela prática de vários crimes contra imigrantes, que extorquiam abusando da sua autoridade, anunciou a GNR.
A operação do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Comando Territorial de Faro resultou de «uma investigação interna prévia, em que foram detetadas condutas graves, imediatamente comunicadas ao Ministério Público».
Segundo a GNR, os militares suspeitos faziam «abordagens a cidadãos pertencentes a minorias, ao arrepio dos requisitos legais», com o intuito de «extorquir valores monetários, abusando da autoridade e, em alguns casos, fazendo uso excessivo da força».
Em declarações ao jornal Público, o tenente-coronel Carlos Canatário afirmou que os militares são acusados da prática do crime de furto, falsificação de documentos e de ofensas à integridade física de «cidadãos estrangeiros, de origem hindustânica».
As diligências investigatórias desenvolvidas permitiram «reunir indícios relevantes», refere a GNR em comunicado, «determinando a detenção dos dois militares».
Os dois detidos serão apresentados ao Tribunal Judicial de Faro para primeiro interrogatório e aplicação das respetivas medidas de coação.
A GNR reitera ainda «a mais absoluta intransigência relativamente a qualquer ato ou omissão que possa ferir a deontologia policial ou violar os princípios e valores institucionais, mantendo o firme compromisso de agir com a maior determinação, rigor e transparência, como sempre e neste caso em que são os seus próprios militares os presumíveis autores da atividade criminosa».