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Algarve entre a oportunidade e os danos no pós-apagão

Foram oito, 10 ou 12 horas sem luz, com efeitos contraditórios. Houve incerteza, desinformação, mas também quem, na hotelaria, aproveitasse para continuar a trabalhar – e até bateu recordes. Quais são as consequências do apagão no Algarve? Que prejuízos ficaram? E como fica a reputação de uma região turística depois de ter estado às escuras durante horas?

Luís Coelho, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, estima que, no pior cenário, tenha havido uma perda de 4 milhões de euros, mas que, na prática, o número até poderá ser menor.

«Os maiores danos que a economia algarvia sofreu foram na restauração, porque houve muitos espaços a não conseguirem servir almoços e sabemos bem o impacto que isso tem para esse tipo de negócio», começa por dizer ao Sul Informação.

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Ainda assim, Luís Coelho refere que a economia não esteve parada durante todo o dia, mas apenas «12 horas».

Aos prejuízos na restauração, Luís Coelho junta também os impactos na agricultura, «de que se fala menos, mas que foram importantes e se notaram», bem como os danos «reputacionais» na região.

Sul Informação

O diretor da Faculdade de Economia da UAlg dá o exemplo de quem estivesse num alojamento local, turistas que, em muitos casos, nem contactados foram pela Proteção Civil. «Como é que essas pessoas comeram se não tivessem um fogão a gás?», questiona.

«Esse efeito reputacional não é bom para quem vive do turismo como nós», acrescenta.

Não foi o que aconteceu no Amendoeira Golf, um resort na zona de Alcantarilha (Silves). João Fernandes, diretor geral desta unidade hoteleira de quatro estrelas que tem vários campos de golfe, fala de um dia atípico, mas que conseguiu ser ultrapassado.

Quando se deu o apagão, perto das 11h30, a primeira preocupação, conta, foi «perceber se era algo interno ou não» para perceber «que medidas tomar».

A partir do momento em que se apercebeu de que a falha de luz era em toda a Península Ibérica, começou a operação para tentar minimizar os efeitos de um inesperado apagão.

«Nós temos uma bomba de gasolina própria e geradores, o que facilitou muito», confessa João Fernandes. Os pontos essenciais a manter a funcionar foram identificados: os campos de golfe, a zona da restauração e as casas de banho.

«É claro que tivemos de nos ajustar em algumas coisas, estivemos a meia-luz às vezes, mas até batemos o recorde de jogadores do ano (456) e tivemos uma receita substancial na restauração porque não havia luz e as pessoas não podiam ir para outro lado», conta ao Sul Informação o também antigo presidente da Região de Turismo do Algarve.

«Nós tentámos aliviar o ambiente com animação e toda a equipa esteve à altura do desafio. No dia a seguir ao apagão, tivemos muita gente a vir-nos agradecer, inclusive», acrescenta.

Mas e não ficarão danos à reputação da região – e do país – na visão dos turistas?

«É claro que houve incerteza por parte das pessoas, com algumas questões, mas, na minha opinião, isto não afeta a nossa imagem porque foi um fator externo. A boa temperança dos portugueses e a adaptação e hospitalidade numa situação atípica… o turismo em Portugal sai a ganhar. Isto é uma prova de que somos capazes mesmo quando as coisas correm mal», responde.

Sul Informação
Hélder Martins – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Hélder Martins, presidente da AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, também fala numa «boa resposta» por parte do setor.

«Foi feita uma grande coordenação nos hotéis que têm geradores normalmente e desligou-se o que era menos prioritário, o que permitiu manter alguma normalidade. Ninguém deixou de trabalhar e houve capacidade de resposta», disse ao nosso jornal.

Ainda assim, foram públicas as dificuldades no Aeroporto de Faro que, não tendo tido o caos do de Lisboa, também teve dezenas de voos cancelados devido ao apagão.

Tal facto levou a que centenas de pessoas tivessem de dormir, de segunda para terça-feira, no próprio Aeroporto.

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