Demonstração de talhe lítico, colares de conchas e contas e pinturas corporais são as grandes novidades de mais “Um dia na Pré-História” nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, em Portimão, que terá lugar no sábado, dia 3, entre as 10h00 e as 18h00.
Segundo a Câmara de Portimão, que organiza o evento em colaboração com a CCDR Algarve, as Juntas de Portimão, Alvor e Mexilhoeira, a par do Grupo de Amigos do Museu de Portimão, esta «popular recriação» histórica, dirigida principalmente às famílias, «é um convite à população para que descubra o quotidiano do povo residente naquele local há cinco milénios», segundo a Câmara de Portimão.
Do programa do dia faz parte «um conjunto diversificado de ateliês práticos e didáticos, para todas as idades, que levam os visitantes, quer residentes, quer turistas, a “vestir a pele” dos elementos da comunidade pré-histórica, tomando contacto com atividades que eram comuns há 5.000 anos»
«As novidades das pinturas corporais e parietais, criação de elementos de adorno pessoal, como os colares de conchas e contas, demonstração de talhe lítico e talhe de pontas de seta, quer em sílex, quer em cristal de quartzo, juntam-se as já tradicionais oficinas de construção de flechas, os ateliers de caça, olaria, gravura e tecelagem», descreve.
«As atividades relacionadas com o fabrico de ferramentas, instrumentos agrícolas e adornos, processos de talhe, bem como transporte de grandes monolíticos e moagem são outras das propostas. Volta também a ser realizado o fabrico de cerveja pré-histórica, num processo artesanal, que remota a técnicas ancestrais de produção deste néctar», acrescenta a autarquia.
Estão também previstas ações no âmbito da arqueologia experimental, com a aposta a centrar-se «num conjunto de novos eventos “fora da caixa”, que vão permitir que os participantes sejam parte ativa nos processos de preparação de alimentos e nas mais variadas tarefas até à confeção dos produtos, onde ganham relevo os mariscos, os bivalves como o berbigão e a ameijoa, mas também o peixe».
No final, será possível provar as ementas e as iguarias dos tempos da pré-história, «preparados e confecionados a rigor, sem recurso a fósforos ou a facas, pois a equipa especializada em cozinha pré-histórica vai fazer fogo e preparar os alimentos utilizando instrumentos de pedra».
Outras das novidades da edição deste ano é o atelier de tratamento de peles para a produção de peças em couro.
Também o grupo de Teatro e o Núcleo Musical da Escola Básica e Secundária da Bemposta entrará em cena «para recriar um ambiente fiel daquela época, com novas propostas de animação, que passam pela encenação e pela reprodução de diferentes sons alusivos a este contexto histórico».
Quem quiser ter uma ideia sobre a animação que irá nos Monumentos de Megalíticos de Alcalar, no sábado, pode ver este divertido vídeo de promoção, realizado pelo Museu de Portimão:
«A atividade, que tem sempre uma elevada adesão das famílias na participação das oficinas e ateliers práticos, integra um conjunto de ações desenvolvidas, desde 2006, pelo Museu de Portimão nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, classificado como Monumento Nacional», salienta a Câmara de Portimão.
Este é «um dia de experiências recriadas de forma fidedigna, tendo como base diversos fundamentos e estudos realizados que têm como objeto de investigação este território, para além de trabalhos desenvolvidos por diferentes investigadores das Universidades de Estugarda (Alemanha) e Córdoba (Espanha), bem como pelo Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa».
Situado a poucos quilómetros de Portimão, no lugar de Alcalar fixou-se e viveu há cerca de 5.000 anos «uma importante comunidade pré-histórica, defendida por muros, trincheiras e taludes».
Junto às habitações «foi edificado um importante conjunto de túmulos megalíticos, permitindo os vestígios encontrados uma aproximação ao modo de vida e às atividades dessa comunidade e de como ocupou e utilizou o sítio».
«A relação desse povo com a morte está patente nas formas de construção dos diferentes tipos de sepulcros, desde as sepulturas coletivas até às especialmente destinadas aos chefes e seus familiares», conta a autarquia.
Descobertos e explorados a partir de finais do século XIX, os monumentos megalíticos de Alcalar estão classificados como Monumento Nacional, encontrando-se atualmente duas dessas estruturas funerárias (VII e IX) abertas ao público, o que permite um contacto direto com os processos e os materiais utilizados na construção.
«Em complemento a este importante espaço, o Museu de Portimão, que celebra este ano 17 anos de funcionamento em prol da memória e identidade do concelho, tem patentes em exposição algumas peças originais encontradas neste povoado, o que permite um melhor entendimento do legado cultural desta comunidade milenar», conclui a Câmara.





