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Projeto ibérico já salva coelhos-bravos, mas é preciso continuar a trabalhar

Criar um sistema de seguimento e governação para melhorar a gestão do coelho-bravo na Península Ibérica era um dos principais objetivos do Life Iberconejo e, de acordo com Ramón Pérez de Ayala, da WWF Espanha e líder do projeto, a meta foi alcançada, mas agora é preciso que tenha continuidade.

Foi precisamente para debater esta continuidade e fazer um balanço desta iniciativa, que começou em Outubro de 2021 e terminará em Junho deste ano, que mais de 150 especialistas em coelho-bravo se reuniram em Faro, no European Rabbit International Workshop (ERIW25), entre os dias 1 e 3 de Abril.

Neste evento, organizado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a WWF e o projeto LIFE Iberconejo, deu-se ainda a conhecer os avanços alcançados pelo programa, como a implementação de um sistema automatizado de recolha e análise de dados sobre as populações de coelho-bravo na Península Ibérica, que permitirá a Portugal e Espanha dispor de informação atualizada e em grande escala sobre o estado desta espécie-chave para a sobrevivência de espécies ameaçadas, como o lince-ibérico e a águia-imperial-ibérica.

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«Este é um projeto muito importante para nós porque estamos numa região onde, de facto, esta espécie do coelho-bravo tem um habitat histórico que precisamos manter. Os números permitem verificar que há um decréscimo claro da população do coelho-bravo e ele é uma peça muito importante dentro dos agroecossitemas, não só para o uso da caça como também para outras espécies», frisou, em declarações ao Sul Informação, José Calado, diretor regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo.

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José Calado, diretor regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

No evento foram ainda apresentados trabalhos sobre a utilização de tecnologia para a deteção de doenças em coelhos-bravos, a sua influência na recuperação de espécies ameaçadas, e o seu impacto nas infraestruturas de transporte onde existem superabundâncias.

«É sobretudo a questão sanitária que tem maior impacto naquilo que é o decréscimo populacional. Neste momento, sabemos que há alguns indivíduos dentro das populações que estão imunes e portanto o que temos de fazer é tentar ajudá-los e fazer uma gestão mais equilibrada para que o número de imunes vá aumentado», afirmou o diretor regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo.

De acordo com José Calado, este projeto já ajudou a que pelo menos 20% da população esteja imunizada, mas «é preciso chegar aos 50/60%», através de «condições de alimentação, vacinação e preservação para a população dos imunes continuar a aumentar».

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Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Chegada a esta fase, no European Rabbit International Workshop, em Faro, destacou-se a importância de não se perder um impulso gerado pelo projeto, de manter uma monitorização robusta e a longo prazo da espécie, estabelecer estratégias eficazes de gestão e conservação e garantir a manutenção das ferramentas e plataformas de sistemas de informação desenvolvidas.

«Para que o seguimento realmente seja feito, é necessário seguir com a formação. Agora que já está em andamento leva tempo para que que todos participem sem necessidade de supervisão. O sistema que montámos está direcionado essencialmente para os agentes rurais, mas seria muito importante incluir também a participação do setor cinegético», afirmou Ramón Pérez de Ayala, líder do projeto Life Iberconejo, ao Sul Informação.

Cofinanciado pelo programa Life da Comissão Europeia, o Life Iberconejo conta com um investimento total de 2.103.880 de euros e já formou mais de 1400 pessoas em monitorização de coelho-bravo, incluindo funcionários públicos, caçadores e voluntários. No ICNF, formaram-se 220 Vigilantes da Natureza.

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Ramón Pérez de Ayala, da WWF Espanha e líder do projeto Life Iberconejo. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação
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