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Município de Loulé vai «encontrar forma adequada de perpetuar a memória de Nuno Guerreiro»

O Município de Loulé já reagiu à morte de Nuno Guerreiro, frisando que «irá encontrar a forma adequada de perpetuar a memória de Nuno Guerreiro, prestando-lhe a devida homenagem enquanto artista ímpar e ser humano único, para que futuras gerações se possam nele inspirar».

«Um artista fantástico, com uma voz inconfundível e única, um louletano de alma e coração que, mesmo na ribalta, nunca esquecia a sua terra. A morte de Nuno Guerreiro deixa a nossa comunidade bem mais pobre. Loulé está de luto, o mundo artístico nacional está de luto! Descansa em Paz, Nuno», refere Vitor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, numa nota de pesar oficial tornada publica ao final da tarde de hoje.

Momentos antes, o autarca já havia falado com o Sul Informação e revelado que a notícia o apanhou «totalmente desarmado». 

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«Quando penso no Nuno, penso numa pessoa simpática, sempre afável, sorridente. Tínhamos uma relação de anos, pautada por essa amizade mútua e, mesmo politicamente, estivemos sempre próximos – ele fez parte de todas as minhas Comissões de Honra», disse.

Nuno Guerreiro nasceu a 5 de Setembro de 1972, em Loulé, e morreu esta quinta-feira, 17 de Abril, aos 52 anos. Ao que o Sul Informação apurou junto de fonte da Câmara de Loulé, o cantor foi internado ontem, 16 de Abril, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, com uma infeção grave e foi nesta unidade hospitalar que acabou por morrer.

«Possuidor de um registo vocal de contratenor – único no panorama pop português e até mundial – teve uma carreira rica marcada pelas sonoridades soul e rhythm & blues», recorda a autarquia louletana.

O artista começou a cantar muito cedo, tendo como influência primordial a fadista Amália Rodrigues. Aos 16 anos, foi para Lisboa para frequentar a Escola de Dança do Conservatório.

Durante os anos seguintes, cultivou a arte da dança, até que o destino fê-lo cruzar-se com o guitarrista Carlos Paredes. Participou nos concertos do músico, em 1992, em Lisboa e no Porto. Integrou a formação da Ala dos Namorados como vocalista principal a convite dos músicos Manuel Paulo e João Gil (ex-Trovante), e foi neste grupo que alcançou o estrelato.

No sentido de cultivar a sua voz de contratenor, frequentou aulas de canto com Maria Cristina Castro, uma das melhores cantoras soprano portuguesas.

Fora do âmbito da Ala dos Namorados, colaborou ocasionalmente com os “D.I.V.A.”, de Natália Casanova e com o ex-Madredeus Rodrigo Leão

Nuno Guerreiro gravou, em 1999, o álbum “Carta de Amor”, a convite da editora EMI do Japão, disco composto por clássicos da canção popular anglo-americana, tais como “When The Saints Go Marchin In”, “Amazing Grace” e “Greensleeves”. Contou ainda com a interpretação de “Perdidamente”, poema de Florbela Espanca, musicado por João Gil para um grande sucesso dos Trovante.

Em 2002, gravou o álbum “Tento Saber”, com produção de Gonçalo Pereira. Rui Veloso toca guitarra em “3 Minute Song”, uma canção sua e de Carlos Tê. Inclui também “Por Amor, Por Alguém” (uma canção de Sara Tavares), “Tu Podes Dar” (de Lúcia Moniz e Pedro Campos) e uma versão de “Careless Whisper” de George Michael.

Entre a carreira a solo, com a Ala dos Namorados e outros projetos em que esteve envolvido, Nuno Guerreiro fez concertos por todo o país e várias partes do Globo.

Em 1997, foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro.

Já este ano, nos dias 30 e 31 de Março, deu dois concertos com casa cheia no Cineteatro Louletano, com a banda “Mau Feitio” com Ricardo J. Martins na guitarra portuguesa, João Palma no acordeão, Vítor Bacalhau na guitarra clássica e Vasco Moura no baixo elétrico.

Os concertos, de homenagem a Carlos Paredes, foram gravados em vídeo ao vivo, para futura edição de um DVD, e tiveram ainda a participação da Banda Filarmónica da Sociedade Recreativa Artistas de Minerva.

Era precisamente com esta Filarmónica que Nuno Guerreiro iria dar um concerto no Festival MED, no final de Junho, num espetáculo de homenagem à artista cabo-verdiana Sara Tavares, com quem Nuno Guerreiro manteve uma forte ligação artística e pessoal.

«Na memória dos louletanos ficará para sempre a interpretação sublime do “Hino da Mãe Soberana” pela voz de Nuno Guerreiro», remata a autarquia, realçando ainda que Nuno Guerreiro integrava, há cerca de um ano, a equipa do Cineteatro
Louletano, com muito profissionalismo, orgulho e entrega.

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