João Cravinho, histórico socialista e antigo ministro em dois governos, morreu esta quarta-feira, 16 de Abril, aos 88 anos. Apesar de ter nascido em Angola, viveu parte da infância no Algarve, não hesitando em afirmar que era na aldeia do Alte que tinha raízes – e o coração.
Cravinho, que foi também deputado do PS eleito pelo Algarve nas Legislativas de 2005, vencidas por Sócrates, morreu em casa.
Nascido a 19 de Setembro de 1936, em Angola, João Cravinho foi ministro da Indústria e da Tecnologia (1975), no IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves.
Anos depois, Cravinho voltaria a ocupar um cargo ministerial: o de ministro do Equipamento do Planeamento e da Administração do Território no primeiro Governo liderado por António Guterres (1999).
Engenheiro civil de formação, João Cravinho passou parte da infância em Alte, de onde era natural o pai.
Em 2011, quando recebeu a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, dada pela Câmara de Loulé, o antigo ministro recordou precisamente da infância passada em Alte.
«Guardo desse período grandes lições de vida. Ao longo dos tempos, fui sempre pensando que algumas lições que vivi em Alte, nunca as poderia ter recebido se não tivesse tido a sorte de ter nessa aldeia uma família, amigos, uma memória. Aprendi com o meu avô o que era a sabedoria», disse o homenageado.
«Quando me perguntam de onde eu sou, respondo sempre: nasci em Angola, sou de Malange, mas aqui em Portugal, sou algarvio, sou de Alte. A minha raiz está em Alte. Nada me toca mais do que recordar as minhas raízes, as lições que aqui aprendi, o que marcou nessa passagem por Alte que não sendo longa, foi muito intensa», acrescentou, na ocasião.
Além de eurodeputado (1989 a 1994), Cravinho foi ainda consultor da Comissão Europeia da OCDE e da UNESCO – e um dos mais acérrimos defensores da regionalização.
Era ainda pai de João Gomes Cravinho, também antigo ministro socialista.
Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação
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