A ministra da Cultura Dalila Rodrigues comprometeu-se esta terça-feira, 22 de Abril, a abrir concurso para apoiar a criação da Orquestra Regional do Alentejo e desafiou a associação da Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora 2027 a tornar-se parceira do projeto.
«Assumo o compromisso da abertura do concurso para a Orquestra Regional do Alentejo, no âmbito das minhas funções, ou, para lá delas, através desse compromisso na respetiva pasta de transição dos temas ao futuro Governo», declarou a governante.
Dalila Rodrigues discursava na tomada de posse de John Romão e Manuel Veiga como diretores artístico e executivo, respetivamente, da associação gestora da CEC Évora 2027, realizada na cidade alentejana.
Sobre estes dois novos dirigentes da Associação Évora 2027, a ministra citou excertos das respetivas notas justificativas do júri dos concursos internacionais, mostrando-se satisfeita com as escolhas.
«Hoje é o dia em que se constitui a equipa que vai transformar Évora 2027 num caso de sucesso, num êxito garantido», congratulou-se.
Em relação ao compromisso assumido para a criação da Orquestra Regional do Alentejo, a governante referiu que pretende que seja aberto concurso para a atribuição de incentivos do Estado ao desenvolvimento da sua atividade.
«O objetivo é dotar as orquestras regionais, incluindo a do Alentejo, com condições de funcionamento para um período temporal de quatro anos em cada processo concursal, com cerca de um milhão de euros», adiantou.
Segundo a ministra, o Governo pretende assim «mobilizar uma responsabilidade partilhada entre a Administração Central, os municípios e outras entidades que possam vir a associar-se» ao projeto, como a Associação Évora 2027, no caso do Alentejo.
«Vejo em Évora 2027, no empenho, competência, ânimo e disponibilidade da sua presidente, Maria do Céu Ramos, a melhor parceira para que a Orquestra Regional do Alentejo venha a ter existência garantida e a consolidar-se no futuro», acrescentou.
Já a presidente da Associação Évora 2027, Maria do Céu Ramos, na sua intervenção, lembrou que o livro de candidatura (“bidbook”) da CEC previa 27 milhões de euros para investimento em equipamentos e ainda 49 milhões para atividades culturais e artísticas.
Mas, nem uma nem outra componente «estavam plenamente asseguradas em janeiro de 2025» e «a direção da associação fez o que tinha de ser feito» para «conseguir a inclusão dos equipamentos previstos no livro de candidatura na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)», frisou.
Maria do Céu Ramos revelou que a União Europeia já confirmou, este mês, a atribuição de 26 milhões de euros para as obras em equipamentos culturais, a realizar até 31 de agosto de 2026.
Trata-se de um prazo «muito breve», pelo que o «caminho é árduo e complexo até à conclusão das obras, mas não deixaremos de o trilhar», em conjunto com os outros parceiros, prometeu.
A presidente da associação gestora de Évora Capital Europeia da Cultura em 2027 também revelou que já estão programados «29 dos 34 milhões de euros a financiar pelo Governo» em termos do financiamento do programa artístico e cultural, inseridos no ‘pacote’ global dos 49 milhões.
E estão «em curso e bem encaminhadas as diligências para assegurar os restantes cinco milhões de euros [que cabem ao Estado] com a Autoridade de Gestão do programa Alentejo 2030».
Maria do Céu Ramos disse ainda acreditar em «soluções viáveis» para o investimento de 10 milhões de euros da Câmara de Évora e aludiu à «sólida parceria» com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) para os outros cinco milhões do “bolo” para a programação artística.
No seu discurso, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, que também lidera a assembleia-geral da associação, frisou que, agora, é possível «dar um salto qualitativo na preparação de Évora 2027», reiterando «a disponibilidade do município para garantir de forma intensa essa colaboração» com a iniciativa.
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