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Aljezur exige «solução urgente e definitiva» para o corte da EN120 em Odeceixe

O corte da Estrada Nacional (EN) 120 nas curvas de Odeceixe, obrigando ao desvio do trânsito automóvel por estradas municipais e por dentro da vila, é «um problema sério», que já está a afetar a vida e a economia do concelho de Aljezur, mas não só. Por isso, a Câmara Municipal exige uma «solução urgente e definitiva»

O alerta foi deixado na quarta-feira, aos presidentes das regiões de turismo do Algarve e do Alentejo, por José Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Aljezur.

Ontem mesmo, a autarquia tomou «uma posição firme, por unanimidade» sobre esta questão, em reunião de câmara.

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«A decisão de interditar a via [tomada a 19 de Março] foi considerada inevitável para evitar um colapso total da estrada e prevenir uma tragédia de maiores proporções», explica a autarquia.

O autarca José Gonçalves, que aproveitou a apresentação do “Programa de comunicação e gestão de branding do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina” para anunciar o seu desagrado, salientou que a EN120 é «uma via principal e estruturante da região», estando o seu corte a motivar já «prejuízos» em Odeceixe e no resto do concelho de Aljezur, mas também no vizinho município de Odemira.

O corte total desta estrada que liga a costa alentejana ao Algarve, entre Alcácer do Sal e Lagos, aconteceu devido a um aluimento do piso da estrada, motivado pelas chuvas fortes, mas também, como salientou o autarca de Aljezur, à falta de intervenção atempada da empresa Infraestruturas de Portugal nos taludes da estrada, onde as árvores que ajudavam à sua contenção foram, na sua maioria, destruídas pelo incêndio de Agosto de 2023.

Daí que a Câmara de Aljezur considere que «este incidente expõe o desinteresse e o desinvestimento por parte dos sucessivos Governos e das Infraestruturas de Portugal na requalificação desta via essencial», recordando que «o Plano Rodoviário Nacional previa a construção do IC4, ligando Lagos a Sines», e que «diversos estudos foram realizados ao longo dos anos sem que qualquer solução concreta tenha sido implementada».

Sul Informação
Desvio à entrada de Odeceixe – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Com o recente corte total, o trânsito, que já se fazia de forma alternada pelo menos uma semana antes, teve de ser desviado para dentro da vila de Odeceixe e por estradas municipais que não têm largura nem características para suportar o fluxo de tráfego automóvel de uma estrada nacional.

O desvio principal, «que fomos nós, Câmara de Aljezur, que implementámos e sinalizámos, porque a IP se limitou a colocar placas de desvio» na EN120, utiliza uma parte dos acessos à praia de Odeceixe, «onde ainda há pouco tempo o Município tinha investido na pavimentação», lamentou o autarca.

Face a esta situação, a Câmara Municipal de Aljezur, reunida ontem, exigiu, por unanimidade, «uma solução urgente e definitiva para restabelecer o trânsito na zona afetada da EN 120».

Mas os autarcas aljezurenses vão mais longe e exigiram igualmente que seja projetado e executado «um novo traçado que garanta segurança e fluidez de tráfego entre o Algarve e o Alentejo, com especial atenção às curvas de Odeceixe e à Variante de Aljezur».

Por último, exigiram «a inclusão, no próximo Orçamento do Estado, de uma rubrica específica para a reparação das vias municipais e secundárias [do concelho], que estão a sofrer uma sobrecarga devido aos desvios implementados, especialmente na freguesia de Odeceixe».

Com o corte, o trânsito de pesados (nomeadamente os que fazem transportes da produção das explorações agrícolas do concelho de Odemira e que utilizavam a EN120 para chegar à Via do Infante e daí a Espanha) está mesmo proibido, sendo desviado ainda no concelho de Odemira para o IP1, a A2 ou por Monchique.

Por dentro de Odeceixe e pelas suas estradas municipais, podem apenas passar as viaturas ligeiras, os pesados de passageiros (Vamus, Renex e Flixbus) e alguns camiões, desde que em serviço na zona.

É, de qualquer modo, segundo o presidente da Câmara de Aljezur, «uma grande pressão na vila e nas nossas estradinhas». Daí que José Gonçalves tenha apelado aos presidentes das regiões de turismo do Algarve e Alentejo, para que usem a sua influência junto do Governo e da IP para resolver a situação o mais rapidamente possível.

Na ocasião, o autarca de Aljezur garantiu logo o apoio do seu colega de Odemira, até porque este concelho alentejano acaba por ser também muito afetado. «Estamos disponíveis para, em conjunto, fazer esse trabalho de lóbi legal», garantiu Hélder Guerreiro.

Sul Informação
Abatimento do piso – Foto: CM Aljezur

Neste momento, ao que o Sul Informação apurou, a IP está a proceder a sondagens geológicas e outros estudos para que possa ser feito o projeto para intervir nas curvas de Odeceixe, reabrindo este troço da estrada.

Mas nem isso sossega José Gonçalves: «se a coisa correr bem, daqui a um ou dois meses o problema estaria resolvido. Caso contrário, vamos apanhar com tudo isto no Verão, com tudo o que isso terá de negativo para o turismo e não só».

«Estamos aguardando que a IP faça o que tem a fazer, em termos de diagnóstico e de intervenção», reforçou. Mas, como já se disse, a Câmara de Aljezur não quer que a questão fique por aí e exige investimentos mais profundos.

«A Câmara de Aljezur compromete-se a acompanhar a situação de perto e a manter a população informada sobre os desenvolvimentos, assegurando que todas as medidas necessárias serão tomadas para garantir a resolução do problema», salienta a autarquia em comunicado.

E reforça mesmo que «não permitirá mais adiamentos ou negligência nesta questão, independentemente das consequências políticas que tal possa ter».

«A defesa da mobilidade e da segurança das populações locais continua a ser uma prioridade para a Câmara Municipal de Aljezur, que exige soluções concretas e eficazes para este problema estruturante da região», conclui a autarquia.

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