O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais ameaça com uma greve em Faro devido à falta de água quente, no quartel dos Sapadores, «desde Dezembro do ano passado». A Câmara Municipal garante que disponibilizou os balneários de um pavilhão e que, já esta segunda-feira, 10 de Março, vai assinar um contrato para a instalação de quatro kits solares para aquecimento de águas.
Este é mais um episódio da longa história que tem envolvido a Câmara de Faro e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais.
Além de acusações, o caso já fez mexer a campanha autárquica em Faro, dado que o candidato António Pina (PS) se reuniu com os Sapadores de Faro, atitude fortemente criticada pelo PSD.
O tema regressou esta quinta-feira, 6 de Março, com mais um comunicado do Sindicato com uma ameaça de greve.
«Os Bombeiros Sapadores de Faro continuam a enfrentar uma situação insustentável e inaceitável: o quartel permanece sem água quente desde Dezembro do ano passado. Esta situação continua sem resolução, apesar das inúmeras tentativas de encontrar uma solução definitiva», diz o Sindicato.
Segundo esta entidade, uma proposta de solução provisória, sugerida por dois bombeiros, «que consistia na instalação de um cabo elétrico no corredor interno para resolver o problema, foi prontamente rejeitada pelo 2º Comandante, que insiste que a resolução do problema deve ser feita exclusivamente por técnicos especializados».
Quanto à solução alternativa, disponibilizada pela Câmara de Faro – o balneário do Campo Municipal da Penha – também não vai ao encontro do desejo do Sindicato.
«Fica localizado a mais de um quilómetro do quartel e é utilizado por outras entidades, o que gera ainda mais constrangimentos. É inadmissível que, em pleno século XXI, os Bombeiros Sapadores de Faro, que garantem a segurança e o bem-estar da população, tenham de se deslocar para um balneário desportivo público, enquanto os recursos mínimos não são assegurados nas suas instalações», denunciam.
De resto, o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais diz que já formalizou uma queixa junto da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).
Numa nota enviada às redações esta sexta-feira, 7 de Março, a Câmara de Faro veio anunciar que, já esta segunda-feira, será «assinado o contrato para execução da instalação de 4 novos kits solares para aquecimento de águas».
«Pese embora o tempo decorrido entretanto, sem capacidade de reparação do sistema avariado, o procedimento de aquisição dos novos equipamentos foi desencadeado pelo Município de Faro imediatamente após a avaria, tendo naturalmente que cumprir os trâmites legais aplicáveis à contratação pública», justifica a autarquia.
«Ao longo deste período, naturalmente transitório, foram disponibilizados para os banhos dos elementos da Companhia de Sapadores Bombeiros de Faro, de forma provisória, os balneários dos equipamentos municipais localizados a cerca de 600 metros do quartel, nomeadamente do Campo Municipal da Penha, podendo os operacionais fazer uso das viaturas da Companhia para essas mesmas deslocações», acrescenta.
Em relação às restantes queixas de falta de trabalho, a Câmara de Faro recordou o que já tinha dito aquando do início desta polémica: «estão em curso as obras de edificação da Central Municipal de Operações de Socorro (CMOS), que irá funcionar no quartel da Companhia de Sapadores Bombeiros de Faro».
A empreitada levou a que tivessem sido adotadas «soluções» que são apenas «temporárias» para se garantir «o funcionamento contínuo do quartel».
«Atendendo à dinâmica da obra, foram colocadas em prática oportunidades de melhorias significativas nalguns espaços, nomeadamente ao nível dos balneários e camaratas, assim como a criação de uma sala de formação com recursos tecnológicos mais modernos», considera a autarquia.
Outra das queixas do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais dirige-se à «degradação dos equipamentos» que é «alarmante».
«Muitos dos veículos de emergência estão inoperacionais ou obsoletos, como o Veículo Ligeiro de Combate a Incêndio (VLCI) 04, que não tem condições para circular na estrada, o Veículo Rural de Combate a Incêndios (VRCI) 03, com mais de 35 anos de serviço e o Veículo de Socorro e Assistência Técnica (VSAT), que foi reprovado na inspeção devido ao peso excessivo e se encontra inoperacional há cinco anos», dizem.
«Uma ambulância está inativa por falta de certificação do INEM; outra ambulância foi convertida num Veículo de Comando e Comunicações (VCOC), mas não possui meios de comunicação adequados, e o autotanque não tem manutenção regular dos pneus e das bombas ao longo do ano», queixa-se ainda.
Em relação a isto, a Câmara de Faro argumenta que comprou, há pouco tempo, um «novo veículo urbano de combate a incêndios (VUCI), a incorporar na frota municipal».
A isto junta-se «um conjunto de novos materiais técnicos de apoio ao trabalho, como câmaras térmicas e detetores de gases, que reforçam a segurança e eficácia das operações no terreno, permitindo intervenções mais rápidas, seguras e precisas».
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