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PS e PSD trocam acusações sobre «capangas» do Estado, «tralha» de Sócrates e desleixo de ministros

Um mapa com um conjunto de obras que o Governo anunciou está a provocar uma troca de acusações entre o PSD e o PS. Os socialistas lamentam que o ministro Miguel Pinto Luz, cabeça lista do PSD pelo Algarve, se tenha esquecido da região; os sociais-democratas atiram-se ao PS, dizendo que as obras na EN125 só não avançaram porque os «capangas que se apoderaram do Estado durante anos a fio» e a «tralha socrática» isso o impedem.

O Conselho de Ministros aprovou, na semana passada, na véspera da votação da moção de confiança – que faria cair o executivo de Luís Montenegro – uma série de obras que o Governo quer fazer.

No total, são 30 as empreitadas, mas nenhuma no Algarve, algo que foi fortemente criticado pelo PS.

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«Nem o resgate da EN125, nem uma das variantes retiradas da concessão Rotas Algarve Litoral, nem uma única das nossas estradas previstas no Plano Rodoviário Nacional. Nada! O governo da AD esqueceu-se do Algarve e o ministro eleito por Faro esqueceu-se dos algarvios», lamentou Luís Graça, deputado e líder do PS/Algarve, numa nota enviada à imprensa.

O parlamentar defendeu ainda que a Variante de Olhão, «lançada pelo governo do Partido Socialista», continua a ser o «único investimento do Estado em infraestruturas rodoviárias no Algarve».

«A ligação da EN2 de São Brás de Alportel à Via do Infante foi deixada na pasta de transição com projeto, avaliação de impacte ambiental e verba no orçamento das Infraestruturas de Portugal. Se a questão era priorizar estradas no interior, o Governo devia ter lançado a ligação de São Brás de Alportel a Faro. O sentimento que temos é que o Governo abandonou o Algarve», disse.

Mas foi em relação às obras da EN125, entre Faro e VRSA, que o verniz estalou verdadeiramente.

Segundo o PS, ainda se aguarda «o resgate da EN125, que permanece num conflito jurídico, entre o Estado e os privados, depois de o Tribunal de Contas ter declarado lesivo do interesse público a renegociação da concessão levada a efeito pelo governo Passos / Portas».

O PSD, também numa nota enviada à imprensa, responde à letra – e conta outra versão.

Acusando o PS de andar «entretido a disseminar mensagens falsas», os sociais-democratas dizem que a razão deste «aparente desprezo» é a «a tralha socrática e os capangas que se apoderaram do Estado Português durante anos a fio».

«Em 2009, foi celebrado um contrato fraudulento, criminoso e ilegal de concessão da EN125. Esse contrato conduziu a que os privados movessem uma ação contra o Estado de 445 milhões de euros, a qual está há 4 anos para ser decidida, e tendo o Estado Português sido já condenado a pagar antecipadamente mais de 100 milhões de euros», defendem.

«Enquanto a ação não for decidida, a jurisdição da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, bem como de outras vias fundamentais para o Algarve, entre as quais a entrada de Sagres, a ligação a Silves, a ligação de São Brás de Alportel à A22 e a ligação de Albufeira à A22 não podem avançar porque estão na jurisdição dos privados e não do Estado», acrescentam.

O PSD/Algarve acusa mesmo o PS de ter andando a prometer o que sabia que não era exequível.

«Tudo estamos a fazer para que se resolva, mas ninguém ouvirá da nossa boca uma promessa que não possamos cumprir. Só se pode fazer essas obras todas depois da decisão do Tribunal. Antes, não. Quem quiser dizer o contrário só pode ter como motivação continuar a fazer dos Algarvios estúpidos. E esses seguramente não seremos nós», conclui.

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