O líder do PS, Pedro Nuno Santos, considerou hoje «indecoroso e inaceitável» que o Governo tenha tentado usar a moção de confiança como chantagem para condicionar a comissão de inquérito ao primeiro-ministro, recusando qualquer intransigência do seu partido.
No final da votação da moção de confiança ao Governo, cujo chumbo ditou a queda do executivo liderado por Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos lamentou, em declarações aos jornalistas, o que aconteceu no parlamento.
Segundo o líder do PS, «o que estava em discussão era uma moção de confiança ao Governo e não uma comissão de inquérito». Pedro Nuno acusou o executivo de ter querido «usar a moção de confiança para condicionar a comissão parlamentar de inquérito».
«O Governo quis usar a moção de confiança como chantagem», acusou, condenando aquilo que apelidou de «truques e manobras» que foram usadas pelos partidos que suportam o Governo ao longo do debate de hoje.
Considerando que o Governo quis «condicionar o parlamento e o apuramento da verdade», Pedro Nuno Santos considerou este posicionamento «indecoroso e inaceitável».
«Não se pode acusar o PS de intransigência quando este Governo só tem um Orçamento do Estado por causa do PS», defendeu.
A Assembleia da República chumbou hoje a moção de confiança apresentada pelo Governo, provocando a sua demissão.
Votaram contra a moção de confiança o PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.