80 mil pessoas foram este ano ao Carnaval de Loulé, cujo último dia de corso foi esta terça-feira, 4 de Março.

“O Carnaval não é uma seca…” foi o mote escolhido para esta edição que teve três desfiles: no domingo, na segunda-feira e hoje.

Depois dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do projeto Geoparque Algarvensis, a Câmara Municipal de Loulé escolheu o tema da água para trazer ao desfile, uma vez mais, uma mensagem ambiental. 

Entrelaçando a sátira política, social e desportiva com o mote geral do evento, os 15 carros alegóricos apresentaram episódios da atualidade recheados de muito humor e criatividade. A água, esse precioso tesouro da Humanidade, apareceu nas mais diversas formas: ora a jorrar nas Bicas Velhas criadas de propósito para este corso; ora num chuveiro humano recriado pelos animadores; ora na dessalinizadora tão esperada na região; no fundo do mar algarvio, ainda livre de plásticos e onde é possível ver a beleza da vida marinha; ou mesmo num oásis no meio do deserto, em que o craque Ronaldo é pago precisamente “a peso de água”.

Além da vertente ambiental, este desfile ficou marcado por ser também um evento inclusivo. Tripulado pela Associação EXISTIR, o carro “Brincadeira sobre Rodas” trouxe ao desfile utentes desta instituição, alguns com mobilidade reduzida, outros com deficiência motora.

E como a festa acaba naturalmente com muitas serpentinas e confetis na rua, no final de cada um dos três dias, a Avenida José da Costa Mealha foi lavada com água captada a partir de efluentes naturais, sem desperdício, promovendo assim a eficiência hídrica de que o tema deste Carnaval fez apanágio.

A Autarquia de Loulé faz um balanço positivo desta edição de um dos maiores corsos do país.

«Não choveu, tivemos uma adesão bastante significativa do público que, com a sua boa disposição, também contribuiu para que este Carnaval fosse mais um sucesso. E naturalmente, uma palavra em relação à segurança: correu tudo sem qualquer incidente, o que é algo de destacar sobretudo porque estamos a falar de uma iniciativa que envolve um significativo número de pessoas», referiu o coordenador do Carnaval e vereador dos Evento do Município, Carlos Carmo.

Já o presidente da autarquia destacou a importância para a comunidade de reviver uma tradição.

«O Carnaval não é só o maior cartaz turístico do Algarve nesta altura do ano, que atrai muitos turistas e ajuda a dinamizar a economia na época baixa. É uma tradição que faz parte da identidade dos louletanos e, para esta comunidade, é um orgulho poder mostrar todo o brilho do nosso corso. Acho que, uma vez mais, o envolvimento de todos foi decisivo para termos um Carnaval ‘à grande e à louletana’», frisou Vítor Aleixo.

As verbas arrecadadas com a venda dos bilhetes para o Carnaval serão distribuídas, em partes iguais, pelas coletividades locais que desfilaram e por IPSS que promovem projetos sociais no concelho.