A Câmara de Mértola alertou a população para a subida do caudal do Guadiana, devido a descargas desde o Rio Chança, em Espanha, mas o autarca garantiu que «não há razões para alarme».
Em declarações à agência Lusa, o presidente do município, Mário Tomé, afirmou hoje que é «um alerta natural nestas situações, no âmbito da Proteção Civil local», mas não existe qualquer alarme, por tratar-se de «uma descarga controlada».
«Não há razões para alarme, existe é o cuidado que tem de se ter e informar as pessoas», frisou.
Num comunicado publicado, na quinta-feira, na sua página oficial na rede social Facebook, a Câmara de Mértola informou a população de que está prevista «a realização de descargas desde o Rio Chança» a partir de hoje.
«Estas descargas irão somar-se aos caudais que estão a chegar a Pomarão, desde [a barragem de] Pedrógão, e por outras intermédias».
Por isso, no dia de hoje, «poderá ocorrer uma subida do nível do caudal das ribeiras e do Rio Guadiana», pode ler-se na nota.
Questionado pela Lusa sobre o caudal do Guadiana nos últimos dias, o autarca Mário Tomé reconheceu que a elevada precipitação e as descargas vindas da barragem de Pedrógão, pertencente ao empreendimento de fins múltiplos do Alqueva, levaram a que o nível da água tenha subido «muito».
«A subida já esteve próxima dos 10 metros e, agora, desceu significativamente, talvez para os seis metros», disse.
O autarca alentejano assegurou ainda que esta situação «não causou prejuízos significativos» em Mértola, tendo apenas inundado «parte do estaleiro de uma empresa que está a fazer uma obra» para a autarquia na frente ribeirinha da vila.
Para Mário Tomé, a subida do nível da água no Guadiana «é sempre um alarme para Mértola, mas também um momento de felicidade, porque significa o aumento do caudal do rio e a sua limpeza».