A historiadora Ana Cláudia Silveira vai ser a nova diretora da Fortaleza de Sagres, depois de ter sido designada no quadro dos concursos internacionais de dirigentes, anunciou hoje a Museus e Monumentos de Portugal.
Ana Cláudia Silveira substitui no cargo o até agora diretor Luciano Rafael, que tinha sido nomeado em 2019, ainda no tempo da Direção Regional de Cultura do Algarve. Luciano Rafael já era, anteriormente, coordenador daquele monumento nacional desde 2008, uma vez que, na orgânica da Direção Regional não havia o cargo de diretor.
Com a extinção das Direções Regionais de Cultura e a transição de parte dos seus quadros para a Museus e Monumentos de Portugal, todos os lugares foram a concurso novamente.
No âmbito destas alterações, a historiadora Clara Moura Soares foi também designada para a direção do Mosteiro da Batalha.
O musicólogo Edward Ayres de Abreu irá manter-se à frente do Museu Nacional da Música (MNM), o museólogo Sérgio Gorjão continuará como diretor do Palácio Nacional de Mafra, e na direção do Mosteiro de Alcobaça continuará a historiadora Ana Pagará, segundo a Museus e Monumentos de Portugal (MMP).
Os mandatos dos cinco diretores agora designados tem início em 1 de abril.
No conjunto dos 35 concursos para museus e monumento nacionais, fica apenas por nomear a nova direção do Museu Rainha D. Leonor, em Beja, estando a decorrer até 26 de março a fase de candidatura do novo processo de recrutamento, depois de a selecionada para aquele museu do Alentejo, Maria de Jesus Monge, ter sido nomeada para a direção do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Os 34 concursos já finalizados contaram com um total de 259 candidatos de proveniências como Espanha, Itália, Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, México e Equador, além de Portugal e do Brasil, indica ainda a MMP, em comunicado.
Em relação às nomeações, a seleção dos respetivos júris traduziu-se em dois quintos (2/5) de renovações, nas direções de museus e monumentos, e três quintos (3/5) de continuidade, “com clara preponderância do género feminino (23 mulheres e 11 homens)”, sublinha a MMP.
Quem é Ana Cláudia Silveira?
Ana Cláudia Silveira doutorou-se em História Medieval na FCSH/NOVA, com a tese Setúbal, um pólo de poder da Ordem Militar de Santiago no final da Idade Média, à qual foi atribuída, em 2023, uma Menção Honrosa pelo júri do Prémio A. de Almeida Fernandes de História Medieval. É membro da equipa do IEM que integra a Cátedra UNESCO “O Património Cultural dos Oceanos”, liderada pelo CHAM – Centro de Humanidades.
Tem publicado trabalhos centrados na organização e desenvolvimento dos espaços litorais, na gestão territorial promovida pela Ordem Militar de Santiago de Espada nos seus domínios, na relação da instituição com outros poderes, nas práticas urbanísticas desenvolvidas e ainda na presença das ordens mendicantes no senhorio espatário.
Recebeu, em 2016, o Prémio de História Alberto Sampaio com o trabalho “Lavrar o Mar: a dinâmica da produção de sal em Setúbal no contexto dos salgados portugueses. Etapas de uma afirmação internacional” e, em 2017, foi-lhe atribuído o Prémio Doutor José Silva Maltez do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão / Câmara Municipal de Santarém pelo trabalho “Testemunhos históricos sobre a evolução da linha de costa em Portugal”.
A sua actividade profissional tem-se desenvolvido em torno da carreira docente e como técnica superior, quer na administração local, quer na administração central, exercendo funções relacionadas com a museologia, gestão patrimonial e programação cultural.
*Com Agência Lusa